Curso de ética teria deixado entediado autor de tiroteio

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Publicado quarta-feira, 9 de julho de 2003 as 19:14, por: CdB

  Doug Williams, que nesta terça-feira matou cinco colegas de trabalho e feriu outros nove se concentrou especialmente nas pessoas negras e aparentemente ficou entediado ao ser obrigado a assistir um cursinho de ética.

Williams, que se suicidou depois do ataque, abandonou o grupo de 13 pessoas com as quais fazia o cursinho obrigatório de ética no trabalho e voltou armado com uma escopeta e um fuzil semi-automático, segundo explicou nesta quarta-feira o chefe de polícia do condado de Lauderdale (Mississippi), Billy Sollie.

O incidente ocorreu numa fábrica da empresa de defesa Lockheed Martin, em Meridian (cidade de 40 mil habitantes), onde são produzidos, entre outros componentes, peças para aviões F-22 e C-130.

 

Sollie disse que não está provado que Williams, branco de 48 anos, tenha executado a ação por causa de ódio racial, ainda que os indícios apontem para isso, tendo em vista que quatro dos cinco mortos e três dos nove feridos eram de raça negra.

O chefe policial considerou que os disparos foram feitos ao acaso, quando o autor caminhava por diversas partes da fábrica, na qual trabalhavam 138 funcionários.


Não há indícios sobre relação com raça ou gênero das pessoas – afirmou.

Vários companheiros de trabalho de Williams disseram que ele estava “irritado com todo mundo”, e outros garantiram que se tratava de um racista. A polícia descobriu na caminhonete do autor do tiroteio outras três armas. A Lockheed Martin, com sede em Bethesda (Maryland), é a principal empresa de defesa dos Estados Unidos, tem vendas anuais em torno de 24 bilhões de dólares e emprega 125 mil pessoas no país.