Crescimento segue estável em nível mundial, segundo a OCDE

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Publicado segunda-feira, 8 de setembro de 2014 as 12:49, por: CdB
A OCDE mede o desenvolvimento dos países nos cinco continentes
A OCDE mede o desenvolvimento dos países nos cinco continentes

O ímpeto de crescimento na maioria das principais economias do mundo está estável, embora a Alemanha esteja mostrando sinais de perda de força e as perspectivas para a expansão econômica do Japão estejam piorando, disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta segunda-feira. A OCDE informou que seu indicador para 33 países membros caiu em julho ante o mês anterior para 100,49, acima de sua média de longo prazo de 100. O indicador, desenhado para apontar momentos de virada no ciclo econômico, sugere que há “ímpeto de crescimento estável no bloco dos principais países ricos desenvolvidos. O indicador tem estado perto ou em 100,50 desde novembro de 2013.

Nos Estados Unidos, o indicador melhorou para 100,62 ante 100,56 em julho, quinto mês seguido de melhora. Entre as principais economias emergentes, o indicador para a China caiu ligeiramente para 99,08 contra 98,99, enquanto as perspectivas para a Índia melhoraram pelo oitavo mês seguido e a Rússia avançou para 100,33 ante 100,21 no mês anterior. A OCDE reiterou que a Alemanha, maior economia da Europa, está perdendo força uma vez que seu indicador caiu para 99,98 em julho ante 100,24 no mês anterior, enquanto no Japão o índice também caiu para 99,86 contra 100,12 em junho.

Nesta manhã, porém, a Alemanha divulgou um superávit comercial recorde de US$ 22,2 bilhões em julho, sugerindo que a maior economia da Europa pode ter forte recuperação no terceiro trimestre após sofrer uma inesperada contração no segundo. Dados ajustados sazonalmente da Agência Federal de Estatísticas mostraram que as exportações saltaram 4,7%, para 98,2 bilhões de euros, o maior volume de bens e serviços que a Alemanha já exportou em um único mês. Esta foi a alta mais forte nas exportações desde maio de 2012, superando com facilidade expectativas de um modesto crescimento de 0,5%.

Após dados de julho que mostraram que a produção industrial e as encomendas saltaram, os números de comércio sugerem que a economia alemã conseguirá contornar uma recessão técnica no terceiro trimestre após a contração de 0,2% no período de abril a junho.

– Aparentemente a demanda dos Estados Unidos e do Reino Unido está mais que compensando qualquer fraqueza das exportações alemãs à Rússia, então estes temores de que as exportações da Alemanha se reduziriam a nada foram claramente exagerados – disse o economista sênior do ING Carsten Brzeski.

As importações, na Alemanha, recuaram 1,8%, contra expectativa de queda de 0,1%.

Contração

A economia japonesa, por sua vez, confirma o relatório da OCDE ao divulgar contração de 7,1% em base anualizada no período de abril a junho ante o trimestre anterior, resultado que ampliou dúvidas sobre se o banco central pode alcançar sua meta de inflação de 2% no começo do ano que vem. A contração foi a maior desde o período de janeiro a março de 2009, quando a crise financeira global atingiu as exportações e a atividade industrial do Japão. Alguns analistas agora esperam que a economia praticamente não cresça no ano fiscal atual até março de 2015. O Produto Interno Bruto (PIB) foi revisado para baixo ante queda preliminar de 6,8%, segundo dados do Escritório do Gabinete divulgados nesta segunda-feira, e foi pior que a mediana de previsões do mercado de queda de 7,0% em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters com economistas.

A revisão foi causada em grande parte devido ao recuo maior que o esperado nos gastos de capitais e uma queda mais profunda nos gastos de consumidores, sugerindo que a economia pode enfrentar dificuldades para superar o aumento do imposto sobre vendas ocorrido em abril. O banco central do país disse anteriormente que a inflação de consumidores caminhará para a meta de 2% enquanto a economia crescer acima de seu potencial, visto como em cerca de 0,5%. Os dados mais recentes sugerem que isso está em risco, com vários analistas esperando crescimento ainda menor.

– Dados recentes têm sido em geral fracos, e a recuperação econômica tem sido mais lenta que o previsto – disse o economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute, Yoshiki Shinke, que espera que a economia fique estável neste ano fiscal.

O economista-chefe do Norinchukin Research Institute, Takeshi Minami, também cortou sua projeção de crescimento a 0,2% no ano fiscal atual, citando gastos de capital fracos.

– A pressão inflacionária irá enfraquecer refletindo um crescimento econômico lento. Em algum momento, o banco central e o governo terão que adotar algumas medidas (para reviver o crescimento) – disse ele.