Coreia do Norte diz que Washington planeja atacar o país

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Publicado sábado, 18 de junho de 2016 as 18:48, por: CdB

Segundo o porta-voz, os planos norte-americanos justificam a política de Pyongyang de buscar desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que desenvolve suas armas nucleares na Coreia do Norte

 

Por Redação, com agências internacionais – de Pyongyang

 

Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte garante ter informações sobre planos dos EUA de realizar operações de ataque contra seu país como parte de sua “guerra de agressão sem vergonha”, relata a agência norte-americana de notícias United Press International (UPI).

Kim Jong-un é o líder supremo da Coreia do Norte
Kim Jong-un é o líder supremo da Coreia do Norte

O porta-voz diz ter provas de que Washington discutiu, abertamente, a realização de ataques aéreos contra instalações nucleares da Coreia do Norte, informou a agência de notícias estatal do país, segundo relata a UPI.

“O fato de que os EUA discutiram abertamente as operações de ataque é um sinal de que está perto de dar um passo extremamente imprudente”, declarou o porta voz. “O fato de que a operação foi tornada pública antes dos exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul e fala de um ‘cenário de guerra’ perigoso, que ocorreria em agosto, não pode ser ignorado.”

Segundo o porta-voz, os planos norte-americanos justificam a política de Pyongyang de buscar desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que desenvolve suas armas nucleares. A Coreia do Norte não deu mais detalhes.

Anteriormente, Moscou e Seul rejeitaram o status nuclear autoproclamado pela Coreia do Norte, enquanto os EUA afirmaram estarem dispostos a conversar com o país asiático apenas se a Croeia do Norte estivesse disposta a desistir do desenvolvimento de seu programa nuclear.

Em 2009, Pyongyang se retirou das conversas que vinha mantendo com EUA, Rússia, China, Japão e Coreia do Sul para a desnuclearização da Península da Coreia.

China penaliza Coreia

O Ministério do Comércio chinês publicou a lista de mercadorias, tecnologias e equipamento “de duplo destino” que serão proibidas para a exportação à Coreia do Norte no âmbito da resolução 2270 do Conselho da Segurança da ONU.

Em março deste ano, Pequim apoiou o novo pacote de sanções, o mais grave da toda a história das sanções contra a Coreia do Norte, introduzido pela ONU em resposta às ações provocativas de Pyongyang depois da realização de testes nucleares no início do ano.

De acordo com a lista divulgada pelo ministério, a proibição atinge as mercadorias e tecnologias que podem ser usadas para a elaboração de armas nucleares, químicas e biológicas. Já é o segundo grande pacote de sanções introduzido pelas autoridades chinesas depois da resolução do Conselho da Segurança da ONU.

No início de abril, Pequim anunciou a restrição do comércio com a Coreia do Norte. Os observadores destacam que a proibição da importação do carvão, ferro, ouro, metais de terras raras e outras matérias-primas pode prejudicar a capacidade militar das Forças Armadas da Coreia do Norte, pois as rendas da venda do ouro e dos metais de terras raras eram dirigidas, na maior parte, para objetivos militares.

Potência nuclear

Kim Jong-un e seus líderes militares coordenam um programa de armas nucleares da Coreia do Norte
Kim Jong-un e seus líderes militares coordenam um programa de armas nucleares da Coreia do Norte

O novo pacote de sanções se destina a impedir diretamente a obtenção de ulterior crescimento da potência nuclear de Pyongyang. Durante muito tempo, a China teve a posição moderada no assunto da regulação da situação na península, considerando que a pressão excessiva pode causar mais aventuras por parte do regime norte-coreano. Mas a negligência por Kim Jong-un dos apelos internacionais se tornou muito provocativo.

Isto, por um lado, fez a China um dos promotores da última resolução da ONU. Por outro lado, com a ausência de canais para o diálogo, Pequim começou manifestando mais energicamente, por quaisquer formas, sua preocupação e explicando os motivos das suas ações. Ultimamente, ela tem feito isso através de contatos diretos com representantes da administração norte-coreana.

Provavelmente por esta causa, alguns especialistas falaram sobre o possível amolecimento da posição de Pequim em relação à Coreia do Norte. Entretanto, as sanções introduzidas mostram que a China, apesar das possibilidades que surgiram para o diálogo, continuará solicitando a execução por parte da Coreia do Norte das reclamações da ONU.

A China apela para a desnuclearização da península Coreana e para a solução dos desacordos existentes através do diálogo e consultas.

Por seu turno, analistas militares consideram como séria a ameaça “de um conflito quente” na península. De acordo com apreciações deles, Pequim pode enfrentar um fluxo de refugiados, a contaminação radiológica e a agravação da situação estratégica por causa de desdobramento na região das forças dos EUA.