COP21 apresenta rascunho de acordo entre as nações

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Publicado sábado, 5 de dezembro de 2015 as 13:25, por: CdB

A 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP21) entrou, neste sábado, em sua mais importante fase, com a aprovação do rascunho do acordo que será negociado nos últimos sete dias por ministros de 196 países

Por Redação, com agências internacionais – de Paris
Na manhã deste sábado (horário local), depois de 48 horas de esforço concentrado, uma prévia do documento apontou avanços, um sinal de que um entendimento estava mais próximo. Naquele momento, “a conta não fechava”, advertia o presidente da COP-21, Laurent Fabius. Ainda assim, logo em seguida, o plenário da COP21 aprovou a minuta do acordo de luta contra a mudança climática que deverá ser aprovada pelos ministros de cerca de 200 países na próxima semana para que possa ser assinado em 11 de dezembro, último dia do encontro mundial.

A COP21 busca um acordo entre todas as nações do mundo, para conter o avanço do efeito estufa
A COP21 busca um acordo entre todas as nações do mundo, para conter o avanço do efeito estufa

A apresentação do rascunho do acordo, programado para o final da manhã deste sábado, significou o fim dos trabalhos do Grupo de Trabalho Ad Hoc (ADP), formado por representações diplomáticas de todos os países para traçar as linhas gerais de um acordo “legalmente vinculante” que se tornará o principal instrumento da luta contra o aquecimento global a partir de 2020.
A partir de então, o governo da França, país-sede, assume o papel de mediador das negociações, enquanto ministros de Estado que representam as nações na conferência-quadro das Nações Unidas entram em cena com um papel mais ativo. Na prática, significa que o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, também presidente da COP-21, passa a ter a responsabilidade de conduzir o texto, que será então debatido por executivos com um poder de decisão maior.
Acordo de Paris
O documento aprovado, no final da conferência, constará do “Acordo de Paris” (que assim será chamado oficialmente), de 22 páginas, assim como de um conjunto de decisões de 21 páginas e de um anexo de outras cinco com 96 propostas de aspectos a serem mudados no texto.
– Sobre esta base deverão negociar os ministros – que na segunda-feira chegarão a Paris, disse a embaixadora francesa Laurence Tubiana. Ela advertiu que o governo do seu país “não tem um plano B” ou um texto simplificado alternativo, embora “também não seja necessário”.
Tubiana expressou o desejo da Presidência francesa da COP21 de contar com o acordo final na manhã de 10 de dezembro para que juristas o revisem, tradutores o preparem nos seis idiomas oficiais das Nações Unidas e para que ele possa ser assinado na sexta-feira.
A diplomata francesa reconheceu que o documento aprovado “indica o desejo de todos de conseguir um grande pacto na semana que vem”, mas que “ainda não estamos no final do caminho” e “a maior parte dos temas mais problemáticos continua sem ser resolvida”.
Depois de Tubiana, discursaram no plenário da COP os porta-vozes de todos os grupos de negociação, que concordaram com a ideia lançada pela chefe da equipe negociadora da União Europeia (UE), Elina Bardram, de que este é “um texto aceitável para todos”.
– Não é fácil. Se fosse fácil, não estaríamos todos aqui agora – disse por sua vez a secretária da convenção de mudança climática da ONU, Christiana Figueres.