Controladores aéreos entram em greve na França

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 28 de junho de 2016 as 10:08, por: CdB

Em comunicado, a companhia aérea lamenta a paralisação e indica que “30 mil clientes Ryanair terão os seus voos cancelados e mais de 100 mil clientes irão vivenciar severos atrasos dos seus voos

Por Redação, com ABr – de Paris:

Cerca de 23 voos com destino e partidas de aeroportos franceses foram nesta terça-feira cancelados por causa da greve dos controladores aéreos da França, segundo informação  da ANA – Aeroportos de Portugal.

Foram cancelados cinco voos da Ryanair, Easyjet Airlines e Vueling com partida do aeroporto de Lisboa e destino a Paris, Lyon, Marselha e Londres.
Também estão cancelados quatro voos da Easyjet e Vueling a partir de Lyon, Paris e Londres com destino a Lisboa.

Cerca de 23 voos com destino e partidas de aeroportos franceses foram nesta terça-feira cancelados por causa da greve dos controladores
Cerca de 23 voos com destino e partidas de aeroportos franceses foram nesta terça-feira cancelados por causa da greve dos controladores

Já no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, estão cancelados seis voos da Ryaniar com partida dali e destino a Poitires, Lorient, Dole, Bordéus, La Rochelle e Marselha, em França.

Estão também cancelados outros seis voos da Ryanair provientes de Lorient, Poitiers, Bordéus, Dole, la Rochelle e Marselha com destino ao Porto. No aeroporto de Faro estão cancelados dois voos de e para Paris-Beauvais.

Efeitos

A Ryanair anunciou na segunda-feira que foi “forçada” a cancelar 166 voos que deveriam ser realizados a partir da França e para aquele país, em razão da greve dos controladores aéreos franceses.

Em comunicado, a companhia aérea lamenta a paralisação e indica que “30 mil clientes Ryanair terão os seus voos cancelados e mais de 100 mil clientes irão vivenciar severos atrasos dos seus voos, consequência desta greve”.

Os sindicatos dos controladores aéreos franceses convocaram para a hoje a décima segunda greve em 13 semanas. O principal sindicato da aviação civil disse que a greve reivindica a retirada total da reforma laboral, contestada desde meados de fevereiro.

Reforma trabalhista

O presidente francês, François Hollande, disse no dia 17 deste mês que não vai ceder na reforma trabalhista, que está na origem da semana de protestos e greves no país que começou no dia 16. “Não vou ceder porque muitos governos já cederam”, afirmou à rádio Europe 1.

– Prefiro que guardem de mim a imagem de um presidente que fez reformas do que a de um Presidente que não fez nada – acrescentou.

A reforma legislativa “vai passar, porque foi discutida, elaborada, corrigida, emendada”, disse ele, ao lembrar que tem o apoio dos sindicatos reformistas e de uma maioria dos deputados socialistas, ou seja, do partido do governo.

Tramitação

A proposta de lei foi aprovada no dia 10 de junho na Assembleia Nacional em primeira leitura, embora sem votação, pois o governo recorreu ao Artigo 49-3 da Constituição por não ter assegurada a maioria de votos favoráveis.

O texto agora foi debatido no Senado e deve ser votado na câmara alta nesta terça-feira. A proposta então volta para a Assembleia Nacional, onde o governo pode novamente invocar o artigo constitucional para que não haja votação.

A opção de impor a não-votação levou a oposição de centro-direita a apresentar uma moção de censura ao governo de François Hollande, derrotada. “A tramitação parlamentar continua, a mobilização é mais indispensável do que nunca”, destacam os sete sindicatos na convocatória.

A reforma da lei trabalhista, apresentada como a última grande reforma do governo de Hollande, é considerada pelos sindicatos como “muito liberal”, favorecendo as empresas e desprotegendo os trabalhadores.

Uma pesquisa de opinião divulgada no domingo concluiu que mais de metade (56%) dos franceses apoia os protestos contra a reforma trabalhista, embora haja uma distinção clara entre os entrevistados de esquerda (67%) e de direita (33%) que apoiam o protesto.

Rodovias, portos e aeropotos

Caminhoneiros franceses circularam lentamente na semana passada, bloqueando portos, refinarias e outros centros industriais por todo o país, no início da nova jornada de greves e manifestações contra a reforma.

O Centro Nacional de Informação Viária (CNIR) registrava diversas “operações caracol” de caminhões, que circulavam lentamente em pontos estratégicos da rede rodoviária francesa, nas áreas de Vitrolles (próximo a Marselha), Rennes, Caen, Nantes e Saint Omer (próximo do porto de Calais).

Alguns acessos ao porto de Saint Nazaire, no oeste, também foram bloqueados, assim como as entradas da refinaria de Donges. Em Le Havre (noroeste), o bloqueio de muitas estradas pelos caminhoneiros juntou-se ao protesto dos estivadores do porto.

Os caminhoneiros se queixam, em particular, de que a reforma trabalhista vai diminuir a remuneração de horas extras.