Comissão investiga elo de procurador e Valério

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Publicado segunda-feira, 4 de julho de 2005 as 20:26, por: CdB

A comissão de sindicância aberta na última sexta-feira, na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, para apurar o suposto envolvimento do procurador Glênio Guedes com o publicitário Marcos Valério tem 60 dias para emitir parecer sobre suas investigações.

A agenda da ex-secretária de Valério Fernanda Karina Somaggio, atualmente em poder da Polícia Federal, contém anotações que demonstrariam a existência de relação entre os dois. Valério é apontado como suposto operador no pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo, no chamado esquema do “mensalão”.

Segundo informações da chefe da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Fazenda Patricia Mesquita, na sexta-feira, Glênio Guedes pediu afastamento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, órgão vinculado ao ministério da Fazenda responsável por analisar causas do sistema em segunda instância. Ele era um dos dois representantes da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional no conselho. Seu afastamento foi publicado hoje no Diário Oficial da União. Para substituir Guedes no conselho, o procurador-geral da Fazenda, Manoel Felipe Rêgo Brandão, nomeou o procurador Rodrigo Pirajá.

A sindicância é uma investigação que ocorre no âmbito administrativo. O procurador Glênio Guedes será ouvido e apresentará sua defesa. Também serão ouvidas as pessoas que ajudem os integrantes da comissão a esclarecer se houve irregularidade na conduta de Glênio.

Afastado do conselho, Glênio continua atuando como procurador da Fazenda Nacional, cargo do qual só será destituído se a comissão de sindicância o considerar culpado e, ainda assim, depois de passar por um processo administrativo disciplinar.

A decisão caberá ao procurador-geral. A Controladoria-Geral da União (CGU) encaminhará ofício à Procuradoria da Fazenda Nacional para saber da instauração da comissão de sindicância. Por meio da assessoria de imprensa, o sub-controlador geral da União, Jorge Hage, informou que a CGU acompanhará os trabalhos da sindicância.