Comissão de Anistia passa por dificuldades financeiras continuadas

Arquivado em: Política, Últimas Notícias
Publicado quinta-feira, 26 de setembro de 2024 as 20:49, por: CdB

Por conta da falta de orçamento, a sessão desta quinta-feira foi realizada de forma semipresencial, com a maior parte dos conselheiros participando apenas por meio virtual e aqueles que vivem em Brasília (DF), in loco.

Por Redação, com BdF – de Brasíllia

A Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), realizou apenas nesta quinta-feira, por ordem judicial, o calendário de três dias de julgamento, englobando estas quarta, quinta e sexta-feiras. A rota dos trabalhos precisou ser integralmente alterada porque não tem mais verbas para esta instância do MDHC.

Ditadura militar
Crimes da ditadura militar ainda continuam sem solução, até hoje

Por conta da falta de orçamento, a sessão desta quinta-feira foi realizada de forma semipresencial, com a maior parte dos conselheiros participando apenas por meio virtual e aqueles que vivem em Brasília (DF), in loco. A reunião precisou também ser reformatada, após a Justiça determinar que alguns processos não poderiam mais esperar a análise do colegiado.

Recente levantamento realizado pelo site de notícias Brasil de Fato (BdF) mostrou que cada deslocamento dos conselheiros para Brasília custa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Até o mês de julho, a comissão funcionou com o orçamento que havia sido destinado à autarquia para 2024 mas, em agosto, precisou contar com uma verba cedida temporariamente pelo MDHC para garantir a compra das passagens dos conselheiros.

 

Emenda

O acordo firmado foi de que o valor gasto seria subtraído de um montante de R$ 1 milhão que a comissão ainda aguarda receber de uma emenda parlamentar encaminhada pelo deputado Tião Medeiros (PP-PR). O dinheiro está bloqueado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu temporariamente o pagamento de emendas impositivas até que os Poderes Executivo e Legislativo fixem medidas de transparência e rastreabilidade do dinheiro.

As dificuldades orçamentárias da comissão ocorrem ao mesmo tempo em que o MDHC vive um momento de transição de poder. Após a demissão de Sílvio Almeida no início deste mês, a petista Macaé Evaristo assumiu o posto e passou fazer despachos em nome do ministério desde 11 de setembro, mas a posse oficial ocorrerá apenas nesta sexta-feira.

 

Reunião

A presidente da Comissão de Anistia, Eneá de Stutz e Almeida ainda não se reuniu com a nova ministra. Enquanto as tratativas por uma recomposição orçamentária não avançam, Eneá afirma que ainda não há novas perspectivas para os trabalhos da comissão.

— Ficou tudo parado. Não tem dinheiro para nada. Nós íamos fazer sessões (nos próximos dias) para julgar os casos de 2006, 2007 e 2008, o que dava um total de quase 300 processos, mas foi tudo por água abaixo. A gente vai ter esta sessão nesta quinta-feira, mas com apenas cinco processos porque houve a decisão judicial, e ainda (iremos analisar) um bloco que também tem prazo de anulação de portarias de anistia de ex-cabos da Força Aérea Brasileira (FAB) — resumiu Stutz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *