Comércio desacelera na grande SP e tem menor alta do ano em outubro

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Publicado terça-feira, 30 de novembro de 2004 as 19:22, por: CdB

O faturamento do comércio varejista na região metropolitana de São Paulo, que reúne capital e outros 38 municípios, cresceu 0,51% em outubro passado, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Federação do Comércio Paulista (Fecomércio-SP), mas é a menor taxa de crescimento registrada este ano pela instituição e o terceiro mês consecutivo de desaceleração do índice.

Segundo a Fecomércio, o índice calculado acumula desempenho positivo de 6,07% no acumulado do ano. Ele teve seu pico em julho, com crescimento de 7,38%, e ficou em 4,92% em agosto e setembro. A Federação diz que a tendência de crescimento do comércio deverá se manter até o final deste ano, mas ressalta que “há uma nítida desaceleração do processo de recuperação do comércio iniciado em outubro do ano passado” e que “das dez atividades pesquisadas, seis tiveram queda de vendas ante outubro de 2003”.

A entidade ainda esclarece que “o ‘efeito estatístico’ crescimento pela comparação com uma base fraca em 2003 deixou de existir” e que “a partir de agora, as comparações se darão com níveis bem mais altos de vendas do que os ocorridos até o mês passado”. A Fecomércio observa “que a taxa de juros crescente já pode ter algum efeito inibidor, ao menos psicólogico, na atitude dos consumidores”.

Em sua análise dos dados, a Fecomércio paulista destaca as quedas de vendas em supermercados (4,55% em relação ao mesmo mês do ano passado), afirmando que “este é um setor que não depende de crédito e que (o índice) reflete mais as condições de emprego e renda, que não vão bem”, e o setor de concessionárias de veículos. Este, embora registre aumento de 6,92% em relação a outubro de 2003, “caiu 1,41% na comparação com setembro, quando o normal seria subir cerca de 8%” pois “outubro é o melhor mês do ano para as concessionárias, já que é quando entram os modelos novos”. Esse fraco desempenho, para a Fecomércio de São Paulo, “reflete o aumento dos preços dos carros novos e o efeito das recentes altas dos juros”.

Os quatro setores que registram alta de vendas, no comparativo de outubro deste ano com o do ano passado, foram vestuário, tecidos e calçados (21,46%), eletrodomésticos (10,68%), móveis e decorações (8,21%) e concessionárias de veículos (6,92%). Os setores que registram queda, além de supermercados, foram o de lojas de departamentos (3,21%), lojas de eletroeletrônicos e cine-foto-som (2,61%), farmácias e perfumarias (0,01%), autopeças e acessórios (1,97%) e materiais de construção (0,01%).