Colômbia registra 6 sequestros por dia em 2003; índice cai 26%

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Publicado sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004 as 16:06, por: CdB

A Colômbia registrou em 2003 uma média de seis pessoas sequestradas por dia, o que a mantém como capital mundial desse tipo de crime, apesar dos esforços do governo de Álvaro Uribe, afirmou na sexta-feira uma organização não-governamental.

A Fundação País Livre revelou que em 2003 o número de pessoas sequestradas foi de 2.201, 785 a menos que o número registrado em 2002, o que representa uma queda de 26,2 por cento.

A redução é a maior da história da luta contra o sequestro, crime que se transformou numa das principais fontes de renda da guerrilha esquerdista, dos esquadrões paramilitares de ultradireita e de criminosos comuns.

“É uma diminuição, e isso é animador, mas não podemos cantar vitória, não só pelo número de sequestro como pelas pessoas que ainda são reféns”, disse à Reuters Patricia Villaveces, diretora da País Livre, uma fundação que ajuda as famílias dos sequestrados.

O presidente Uribe mantém uma campanha agressiva contra o sequestro, com o aumento dos gastos militares e do efetivo do Exército e da polícia, além da formação de uma rede de informantes e o pagamento de recompensas por denúncias.

“O governo fez grandes esforços para reduzir esse flagelo, mas ainda há muito por fazer contra esse crime tão atroz e bárbaro”, afirmou Villaveces, segundo quem há atualmente 3.000 pessoas em cativeiro no país.

O relatório da País Livre afirma que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) lideram a lista de sequestros, com 673, seguidas pelo Exército de Libertação Nacional, com 342, e os esquadrões paramilitares, com 174.

Em 542 sequestros não foi determinada a autoria, e 421 foram atribuídos a criminosos comuns.

De acordo com o relatório, do total de sequestrados no ano passado, 922 reféns foram libertados, a maioria depois de pagamento de resgate, 587 continuam em cativeiro, 400 foram resgatados, 204 foram soltos por pressão das autoridades, 71 morreram e 37 conseguiram fugir.

Das vítimas de 2003, 1.710 eram homens e 421, mulheres. Havia 29 estrangeiros. Também houve forte presença de vítimas menores de idade: 349 casos.

A Colômbia, país de mais de 40 milhões de habitantes, enfrenta um conflito interno que já dura quatro décadas e já matou 40 mil pessoas.