Cólicas nos bebês passam após terceiro mês, diz estudo

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Publicado sexta-feira, 13 de dezembro de 2002 as 19:09, por: CdB

Praticamente toda as mães passam ou já passaram por aquele período em que o bebê chora sem parar por causa de fortes cólicas. A boa notícia é que o problema costuma acabar depois dos três primeiros meses de vida da criança, sem deixar seqüelas para sua sanidade, de acordo com pesquisadores canadenses.

Os especialistas, que realizaram um estudo com 547 mães e bebês, esperam com isso proporcionar “algum alívio aos pais que se vêem às voltas com seus filhos sofrendo de cólicas”.

Com base em relatos das mães, 131 dos bebês de seis meses de vida tinham cólicas, que foram definidas como um choro inconsolável de três ou mais horas por dia, ao menos três dias por semana.

O problema, embora aterrorizante para as mães, em geral não causa maiores danos ao bebê e desapareceu por volta dos três meses de vida em mais de 85 por cento dos casos, de acordo com o estudo.

Os bebês de três meses choraram e gritaram por cerca de uma hora por dia, ou cerca da metade do tempo que durava seu sofrimento com seis semanas de vida.

Os resultados sugerem que “os padrões de choro iniciais refletem um processo de maturação normal”, segundo o estudo conduzido pela pesquisadora Tammy Clifford, da Universidade do Oeste de Ontário.

Ela agora atua no Hospital Infantil do Instituto de Pesquisa do Leste de Ontário, em Ottawa.

O estudo está publicado na edição de dezembro de Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.

Estima-se que ao menos 10 por cento dos bebês norte-americanos têm cólicas.

Seus episódios de choro não têm motivos óbvios, podem durar várias horas e ser terrivelmente frustrantes para os novos pais.

Mas os pesquisadores descobriram que as mães de bebês que tinham cólicas apresentaram níveis de ansiedade e depressão semelhantes aos daquelas com bebês menos barulhentos, e que os sintomas nos dois grupos de mães de modo geral se atenuam quando as crianças completaram seis meses. Os pais não foram estudados.

Outros pesquisadores sugeriram que as cólicas podem levar alguns pais e mães a sacudir seus filhos até a morte.

A maioria das mães do estudo canadense era casada, com estabilidade financeira e com recursos para ajudá-las com seus bebês chorões.

Tammy Clifford teorizou que as mães que enfrentam altos níveis de estresse ou dificuldades financeiras podem ser menos capazes de lidar com a cólica do bebê e podem apresentar níveis mais altos de ansiedade ou depressão.

Apesar de tudo, o Dr. Ronald Barr, da Universidade McGill, especialista em cólicas, definiu o estudo como uma importante contribuição para as escassas pesquisas sobre o assunto.

As descobertas somam-se às evidências de que “a perspectiva para as crianças com cólicas é boa, ao menos entre as populações de baixo risco”, disse Barr num editorial.