Classes mais pobres sustentam o consumo, diz pesquisa

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Publicado terça-feira, 11 de abril de 2006 as 13:09, por: CdB

A distribuição dos ganhos no país aconteceu, ano passado, em todas as classes socioeconômicas, quando o PIB do país teve uma pequena alta de 2,3%. A diferença foi a intensidade desse crescimento, informa levantamento anual da consultoria LatinPanel publicado nesta segunda-feira. Pelo segundo ano consecutivo, em 2005 a classe média classificada como C, com renda mensal familiar entre 4 e 10 salários mínimos, comprou e gastou mais. Isso só aconteceu porque este segmento ampliou o nível de endividamento para poder adquirir alguns bens de consumo, explicou a LatinPanel.

A expansão na quantidade de itens comprados nas lojas por esses consumidores C foi de 7%. Quanto ao gasto médio, a alta foi de 10% em relação a 2004 (nominal). Na média, todas as classes sociais (de A a E) registraram elevação média de 6% no volume adquirido e de 9% no montante gasto no ano passado –abaixo, portanto, do desempenho do grupo de consumidores da classe C.

Outra conclusão da pesquisa é a de que, na cidade de São Paulo, a quantidade de itens comprados por todas as classes e o volume gasto supera a média nacional.

Pelas contas dos pesquisadores da LatinPanel, enquanto o topo da pirâmide social (classes A e B) gasta por mês em compras R$ 2.256, a sua renda está acima disso e, portanto, a conta “fecha”. Já quem está no meio da pirâmide (classe C) recebe R$ 1.255 mensais e desembolsa R$ 1.369. Ou seja, não há mágica: falta dinheiro. “Esse grupo recebe como classe C e pensa e gasta como A. Sem saída, acaba se endividando”, diz Margareth Ikeda Utimura, diretora comercial da LatinPanel.