Cinemark e Maison fazem associação de US$ 1,5 bilhão

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Publicado terça-feira, 16 de março de 2004 as 01:55, por: CdB

A cadeia americana de cinemas Cinemark anunciou um acordo de associação com a empresa de investimentos Madison Dearborn Partners. Detalhes sobre o negócio, avaliado em cerca de US$ 1,5 bilhão, não foram revelados pelas duas empresas, que afirmaram apenas tratar-se de uma recapitalização. O maior acionista externo da rede, a firma de investimento Cypress Group, vendeu sua participação e deixa o grupo de entretenimento.

Segundo analistas, o acordo pode estimular uma onda de aquisições no país. A Cinemark, com sede em Dallas, Texas, é uma das maiores redes de cinema, com mais de três mil salas de projeção nos EUA, na América do Norte e na do Sul, incluindo o Brasil.

Em um comunicado, as duas empresas disseram que o fundador, principal-executivo e presidente da Cinemark, Lee Roy Mitchell, e os atuais diretores serão mantidos nos cargos após a assinatura do acordo, prevista para abril. Mitchell, um dos principais acionistas do grupo, continuará detendo ações da empresa.

A Cypress, com sede em Nova York, havia investido US$ 139 milhões por uma participação de 44% na Cinemark, em fevereiro de 1996. William Spiegel, diretor-gerente da Cypress, disse que o investimento na Cinemark ocorreu quando o grupo possuía em torno de US$ 50 milhões em fluxo de caixa. Atualmente, esse volume cresceu para mais de US$ 200 milhões anuais.

– Estamos muito orgulhosos de ter participado do crescimento da companhia – disse Spiegel.

Ele acrescentou que, após oito anos como proprietário dessa participação, a Cypress decidiu que já era hora de vender sua parte e arrecadar um lucro significativo sobre o que fora investido. Spiegel também não quis especificar os detalhes financeiros do acordo. Fontes próximas à operação disseram que o negócio está avaliado em US$ 1 bilhão em ações e US$ 560 milhões em dívidas assumidas.

No Brasil desde 1997, a Cinemark tem atualmente a maior rede de cinemas do país, com 272 salas espalhadas em 18 cidades. Com cerca de 1.600 empregados no país, em 2003 a Cinemark registrou a marca de 25 milhões de expectadores em suas salas, o que lhe rendeu uma receita líquida (já descontados os impostos) de R$ 226 milhões. O Brasil e o México são as maiores operações da Cinemark na América Latina.

Desde janeiro a Cinemark estava à procura de um novo sócio. O acordo com a Madison foi aprovado pelos acionistas.