Cinema sobre rodas

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sexta-feira, 8 de outubro de 2004 as 11:10, por: CdB

Com vários tipos de iniciativas que levam o cinema às comunidades carentes, entre elas o CineSesc, o Cine Transformer é outra boa proposta de democratizar o cinema brasileiro. O cinema móvel é a maior contrapartida social cinematográfica, muito mais eficaz do que a inserção de temas sociais em filmes e aderir a um certo dirigismo cultural.
 
Já existem sete cinemas móveis na Argentina e nos EUA. No Brasil, onde o número de salas é inferior a 2.000, quase 95 % dos municípios não têm uma sala de projeção. Algumas cidades, como São João Del Rei, só têm uma sala de projeção, onde até mesmo o apelo ao público é bastante restrito. No caso de São João, visitada recentemente pelo colunista, alguns cartazes itinerantes são colocados em pontos variados da cidade, nunca com lugar certo.
 
Cada caminhão com o cinema móvel custa uma média de US$ 600 mil. O Sesc usa um caminhão (que, diferente do Cine Transformer, não exibe os filmes dentro do veículo, apenas leva o equipamento para fazer a projeção em praças públicas) e faz duas sessões semanais em todo o interior do Estado. Preocupação fundamental do Sesc: somente são exibidos filmes nacionais. Não poderia haver melhor contrapartida social do que essa, muito mais eficaz do que inserir temas em uma história e, de certa forma, cair em armadilhas como alienação e inverosimilhança.