Cientistas desenvolvem nova técnica para diagnosticar o mal Alzheimer

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Publicado quinta-feira, 17 de agosto de 2006 as 10:12, por: CdB

Pesquisadores do Instituto de Neurociências Blanchette Rockefeller, nos Estados Unidos, acreditam que é possível desenvolver um teste rápido e indolor para diagnosticar o mal de Alzheimer, após recentes descobertas.  Os cientistas isolaram uma substância encontrada nas células da pele que oferece uma resposta precisa sobre a presença da doença em pacientes que mostram os primeiros sinais de Alzheimer.

Um eventual teste – que seria aplicado por enfermeiras ou técnicos em consultórios -representaria uma revolução na área.

– No começo, o mal de Alzheimer é muito difícil de distinguir de outros tipos de demência ou mesmo de problemas cognitivos leves – diz o co-autor do estudo Danil Alkon.

Atualmente, a doença só pode ser identificada em autópsias ou através de avaliações psiquiátricas. Porém, estes testes médicos são procedimentos considerados invasivos e têm eficiência de apenas 85%.

O diagnóstico na fase inicial da doença pode ser fundamental, já que o tratamento funciona melhor se os remédios forem tomados quando os primeiros sintomas aparecem.

Enzimas – Muitos cientistas concluíram, nos últimos anos, que os efeitos do mal de Alzheimer são encontrados em várias partes do corpo e não apenas no cérebro.

Os pesquisadores do Instituto Blanchette Rockefeller decidiram então testar amostras de tecido de pessoas que haviam morrido de diversas causas conhecidas, inclusive Alzheimer, e descobriram enzimas chamadas Erk 1 e Erk 2 que reagiam de forma diferente nos portadores da doença. O estudo foi publicado esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Para Susanne Sorensen, chefe de Pesquisa do Alzheimer´s Society, se o teste de pele for desenvolvido com sucesso, os pacientes vão ser os maiores beneficiados.

– Os médicos poderão diagnosticar a doença muito mais cedo e isso será usado em conjunto com futuros tratamentos e vacinas que podem ajudar a estabilizar a doença antes que sintomas mais sérios apareçam –  diz ela.