CIA retirou seu principal homem de Bagdá, diz jornal

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Publicado sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004 as 09:22, por: CdB

A CIA retirou recentemente seu principal agente de Bagdá por causa de dúvidas a respeito de sua capacidade, disse o jornal Los Angeles Times na sexta-feira.

Fontes de inteligência dos EUA afirmaram também ao jornal que a agência de espionagem fechou várias bases-satélite no Afeganistão devido a preocupações com a segurança.

Atuais e antigos funcionários da CIA, que pediram anonimato, disseram ao jornal que a agência não estava dando conta das buscas por Osama bin Laden, dos confrontos com a guerrilha iraquiana e da tentativa de cultivar laços com os líderes regionais afegãos.

Um porta-voz da CIA não pôde ser imediatamente localizado para comentar a notícia.

Uma autoridade de alto escalão dos EUA declarou ao LA Times que o chefe da unidade da CIA em Bagdá foi retirado em dezembro, depois de violentos ataques contra tropas norte-americanas e civis iraquianos.

“Havia a crença de que era uma grande operação e de que precisávamos de uma pessoa de alto nível, com experiência, para comandá-la”, disse.

Segundo outra fonte citada, a base da CIA em Bagdá é a maior já montada na história da agência. O jornal apurou que o principal problema naquela unidade é a falta de segurança, que prejudica a mobilidade dos agentes.

Outras fontes se disseram preocupadas com o fato de a CIA se concentrar demais na proteção às tropas no Iraque, em detrimento das atividades de espionagem. Tais fontes consideram que os espiões serão especialmente importantes para os EUA quando o poder for devolvido aos iraquianos, em alguns meses.
A grande rotatividade entre empregados da CIA no Iraque torna quase impossível o recrutamento de espiões no país, de acordo com ex-agentes ouvidos pelo jornal.

No Afeganistão, várias bases remotas da CIA foram fechadas nos últimos meses, segundo as fontes do LA Times. Um ex-funcionário da CIA informou que elas foram desativadas por causa da insegurança, mas um importante funcionário norte-americano garantiu ao jornal que houve outras razões, mas que o número de pessoas trabalhando no Afeganistão foi mantido.

O jornal disse que o fechamento das bases alarmou alguns grupos da comunidade de inteligência, que consideram que antigos militantes do Taliban estão se reagrupando e se preparando para perturbar as eleições marcadas para meados deste ano.

No começo deste mês, o comandante militar dos EUA no Afeganistão disse estar otimista com a possibilidade de que Bin Laden, líder da rede Al Qaeda, seja capturado ainda em 2004.