China quer vetar Brasil do Conselho da ONU

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Publicado quinta-feira, 2 de junho de 2005 as 10:44, por: CdB

O embaixador chinês na Organização das Nações Unidas (ONU), Wang Guangya, afirmou que a China não aprova a entrada de mais membros no Conselho de Segurança (CS) da ONU. O projeto de ampliação, que foi apresentado pelo grupo G-4, formado por Brasil, Japão, Alemanha e Índia, foi classificado como “muito perigoso” pelo embaixador. A preocupação da China é que seja eleito o Japão, um adversário histórico.

Wang Guangya, disse que Pequim usará seu poder de veto para barrar a iniciativa, se ela for aprovada e levar à eleição dos autores da proposta. O que pode influenciar diretamento na decisão de barrar o Brasil do CS. EUA, Rússia, França e Inglaterra são os outros países membros do CS com direito a veto.

Para ser aprovado, o projeto deve ser apoiado por dois terços dos 191 países membros do Conselho. França e Inglaterra estavam inclinados a apoiar o projeto do G-4, os americanos apoiaram a ascenção do Japão, mas são contra a pretensão da Alemnha e deixaram vaga sua podição em relação ao Brasil e à Índia. A Argentina não apóia a entrada do Brasil. O vice-chanceler argentino, Jorge Taiana disse que seu país não acredita que a incorporação de novos integrantes “privilegiados” corrigirá a “discriminação” ou “melhorará” a legitimidade do Conselho:

– Na verdade, só aprofundará (as diferenças) e as decisões correrão o sério risco de serem freqüentemente questionadas – disse.

Já o presidente camaronês Paul Byia afirmou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua visita à África, no início de abril, que é favorável ao projeto. 

– O senhor, como nós mesmos, é partidário da democracia no plano internacional. Consciente da importância de que o ponto de vista dos países do sul (em desenvolvimento) seja levado em conta, me parece que a reforma do Conselho de Segurança deveria dar ao Brasil o lugar que ele merece em razão de seu peso e papel no cenário internacional – afirmou Byia.

A Assessoria de Imprensa do Itamaraty afirmou ao divulgar uma nota que “se a China continuar nessa linha contrária à reforma do Conselho de Segurança, acabará isolada, porque a mudança tem amplo apoio”.