A China poderá ter entre 30 milhões e 40 milhões de solteiros frustrados até 2020, à medida que a preferência dos casais por meninos leva muitos deles a abortarem os bebês do sexo feminino.
Segundo uma autoridade, essa situação pode provocar um aumento da prostituição e do tráfico de mulheres na região.
O desequilíbrio na distribuição dos sexos na sociedade chinesa pode causar ondas de crimes e conflitos sociais, afirmou na segunda-feira Li Weixiong, vice-presidente de uma comissão nacional de aconselhamento sobre assuntos da população.
“Essa não é de jeito nenhum uma previsão sensacionalista”, disse ele, falando com rara franqueza sobre a controversa política de filhos únicos do país, que ameaça criar uma população de homens solteiros maior que a população inteira da Malásia, por exemplo.
De acordo com ele, havia um certo equilíbrio entre recém-nascidos dos dois sexos em 1982, com uma média de 108 meninos para cada grupo de 100 meninas. Mas, em 2000, passou a haver 117 meninos para cada 100 meninas. Nas Províncias de Hainan e Guangdong (sul), chega-se ao pico de 130 meninos para cada 100 meninas.
– Tal desequilíbrio é uma séria ameaça à saúde, à harmonia e ao crescimento sustentável da população do país e poderia provocar crimes e problemas sociais como o casamento forçado, o sequestro de mulheres e a prostituição – afirmou.
Tradicionalmente, os chineses preferem os meninos porque eles são vistos como mais aptos para dar sustento à família, para dar apoio aos pais idosos e para dar continuidade à linhagem familiar. As filhas tornam-se membros das famílias de seus maridos quando se casam.