China enfrenta febre do caracol

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Publicado segunda-feira, 1 de março de 2004 as 10:14, por: CdB

Mais de um milhão de pessoas sofrem na China da febre do caracol ou esquistossomose, uma doença crônica transmitida por parasitas de água doce que se estendeu com rapidez nos últimos anos. Enquanto as autoridades lutam contra a epidemia da gripe do frango na China – não se detectou nenhum caso em humanos – e a transmissão da aids, que já afeta 1,04 milhão de pessoas, a vice-premier, Wu Yi, liderará um grupo de prevenção para controlar a rápida propagação desta doença.

“A febre do caracol, junto com outras doenças como a aids, mostra uma tendência ascendente que pode ameaçar a estabilidade social e econômica do país se não for controlada a tempo”, assinala o diário oficial, que entrevista especialistas médicos. A esquistossomose aguda é uma doença tropical produzida por parasitas similares à tênia, transmitidos pelas larvas de água doce, e que afeta o sangue e o fígado, e provoca febre alta, fraqueza dos membros e rigidez nas articulações.

As autoridades sanitárias achavam ter controlado a febre do caracol na maior parte da China há 20 anos, mas depois das inundações de 1998 do rio Yangtze a epidemia ressurgiu e se estendeu com rapidez pelas províncias centrais de Hubei e Hunan e as orientais de Jiangsu e Jiangxi. Segundo as últimas estatísticas de 2002, mais de 810.000 chineses sofriam da doença, uma cifra que as autoridades sanitárias calculam que já se situe acima do milhão, enquanto a epidemia se estende pelas províncias meridionais de Sichuan e Yunnan, também muito afetadas pela aids.

O grupo de prevenção encabeçado por Wu Yi – também ministra de Saúde e responsável de outro comitê ministerial contra a aids – estabelecerá políticas e normativas, e administrará os fundos públicos para a prevenção desta doença.