China eleva participação em projetos de peso na AL e triplica valores

Arquivado em: Comércio, Indústria, Negócios, Serviços, Últimas Notícias
Publicado quarta-feira, 31 de agosto de 2022 as 13:01, por: CdB

Entre as operações de destaque estão os aportes de recursos feitos pela Tencent em fintechs e startups como Nubank, QuintoAndar e Cora; a aquisição da companhia de transmissão de energia do Rio Grande do Sul pela State Grid e a compra da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) pela Great Wall Motors, além dos investimentos bilionários em petróleo.

Por Redação, com Reuters – de Pequim e São Paulo

Entre novos projetos e grandes aquisições, principalmente nos setores de energia e tecnologia da informação, o investimento de empresas chinesas no Brasil mais do que triplicou ao longo dos últimos 20 meses, retornando ao patamar pré-pandemia. Embora o resultado esteja influenciado pela base fraca de comparação com 2020, os números mostram que o Brasil, entre os demais países da América Latina, tem sido o principal destino do capital chinês.

China e Brasil, alimentos
Tanto o Brasil quanto a China buscam oportunidades comerciais para elevar a balança comercial

Entre as operações de destaque estão os aportes de recursos feitos pela Tencent em fintechs e startups como Nubank, QuintoAndar e Cora; a aquisição da companhia de transmissão de energia do Rio Grande do Sul pela State Grid e a compra da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) pela Great Wall Motors, além dos investimentos bilionários das gigantes chinesas de petróleo na Bacia de Santos.

Relatório

A presença dos chineses no Brasil também ganhou destaque na campanha presidencial. O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou a empresários não querer “a ‘chinesada’ entrando aqui quebrando nossas fábricas, nossas indústrias, de jeito nenhum”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, também manifestou a empresários preocupação com o avanço do país asiático na fabricação de produtos manufaturados e disse que a China “está ocupando o Brasil”.

Relatório do Conselho Empresarial Brasil-China a ser divulgado nas próximas horas mostra que o investimento do país asiático em território nacional somou US$ 5,9 bilhões em 2021, valor 208% superior ao de 2020 em termos nominais, ano de queda por causa da pandemia, e o maior em quatro anos — os números não consideram a inflação, que no ano passado foi de 7% nos EUA.

Na América do Sul, desconsiderando o Brasil, os investimentos chineses cresceram 30% no ano passado. Em todo o mundo, a alta foi de apenas 3,6%. O Brasil foi o país que mais recebeu investimentos da China no período, com participação de 13,6% do total.

Falência

Na contramão do que temem os empresários brasileiros, o responsável pelo estudo e diretor de conteúdo e pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China, Tulio Cariello, afirma que muitos dos insumos usados pelas indústrias nacionais são de origem chinesa, o que ajuda a baratear esses produtos e melhorar sua competitividade.

Ele também destaca que metade dos negócios registrados em 2021 foi de novos projetos e que as aquisições têm sido acompanhadas por investimentos para modernização do parque industrial e da infraestrutura do Brasil. O especialista destaca, ainda, que algumas operações, como a compra da fábrica da Mercedes-Benz, ajudam a salvar empregos no país.

— Não acho que a China esteja quebrando o Brasil. O que existe é uma falta de competitividade nacional, que é um fator crônico. É muito visível que esses investimentos chineses contribuem para aquecer a economia. Vejo isso como uma vantagem. Você está modernizando nosso parque industrial e, muitas vezes, salvando empresas da falência — conclui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *