China ameniza tabu com pesquisa sobre sexualidade feminina

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Publicado terça-feira, 24 de agosto de 2004 as 09:57, por: CdB

A China está relaxando os fortes tabus para fazer sua primeira pesquisa nacional sobre a sexualidade feminina, com perguntas íntimas sobre a vida sexual das mulheres. A pesquisa está sendo organizada pelo Instituto Chinês de Sexologia e pela Associação Médica Chinesa através do site sina.com, disse na terça-feira a agência de notícias Xinhua.

Mulheres com idades acima dos 21 anos podem entrar no site e responder a 34 perguntas como: “Com que frequência você faz sexo por mês?”, “Quantas vezes você espera fazer sexo por mês?”, “Você tem prazer com sexo?” e “Você já teve casos extraconjugais?”.

– O objetivo da pesquisa é determinar a situação da vida sexual da mulher chinesa, analisar o comportamento sexual e psicológico e dar aconselhamento e instruções sexuais – disse Ma Xiaonian, sexóloga do instituto, segundo a Xinhua.

Ma fez uma pesquisa menor há uma década e concluiu que 50% das chinesas não tinham orgasmos em relações sexuais. As atitudes em relação ao sexo ficaram mais livres depois que a China iniciou as reformas de mercado no estilo ocidental, em 1978, provocando uma explosão de encontros entre adolescentes, além de adultérios, prostituição e outros tipos de promiscuidades que o Partido Comunista atribuía a hábitos da burguesia liberal importados do Ocidente.

Em outra pesquisa, de acordo com a Xinhua, descobriu-se que 91 por cento das mulheres dizem que há discriminação sexual no local de trabalho. Uma pesquisa online conduzida pelo site China91.com disse que cerca de 40 por cento dos mais de 2.000 homens e mulheres entrevistados acreditam que as mulheres tenham status inferior na vida profissional.

– O tipo mais comum de discriminação citada foi interferência do empregador no casamento, gravidez e licença maternidade de funcionárias – disse a Xinhua.

É amplamente aceito na China que mulheres atraentes recebam os melhores empregos e foram descobertas mulheres que mandaram fotos provocativas para possíveis chefes, ressaltando até mesmo qualidades de dança, canto e dizendo que podiam beber.