China adverte EUA a interromper repressão ou arriscar ‘conflito’

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Publicado terça-feira, 7 de março de 2023 as 11:16, por: CdB

As relações entre as duas superpotências estão tensas há anos devido a uma série de questões, incluindo Taiwan, comércio e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, mas pioraram no mês passado.

Por Redação, com Reuters – de Pequim

Os Estados Unidos devem mudar sua atitude “distorcida” em relação à China ou “conflito e confronto” se seguirão, disse o ministro das Relações Exteriores chinês nesta terça-feira, defendendo sua posição sobre a guerra na Ucrânia e seus laços estreitos com a Rússia.

As relações entre as duas superpotências estão tensas há anos

Os EUA têm se envolvido em repressão e contenção da China, em vez de se envolverem em uma competição justa e baseada em regras, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, em entrevista coletiva à margem de uma reunião anual do Parlamento em Pequim.

– A percepção e as visões dos Estados Unidos sobre a China estão seriamente distorcidas – disse Qin, assessor de confiança do presidente Xi Jinping e até recentemente embaixador da China em Washington.

– Consideram a China como seu principal rival e o desafio geopolítico mais importante. Isso é como o primeiro botão da camisa sendo colocado errado.

Superpotências

As relações entre as duas superpotências estão tensas há anos devido a uma série de questões, incluindo Taiwan, comércio e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, mas pioraram no mês passado depois que os Estados Unidos derrubaram um balão na costa leste norte-americana que dizem ser uma nave de espionagem chinesa.

Os EUA afirmam que estão estabelecendo barreiras para as relações e não estão buscando conflito, mas Qin disse que o que isso significa na prática é que a China não poderia responder com palavras ou ações quando caluniada ou atacada.

– Isso é simplesmente impossível – disse Qin em sua primeira coletiva de imprensa desde que se tornou ministro das Relações Exteriores no final de dezembro.

Os comentários de Qin atingiram o mesmo tom duro de seu antecessor, Wang Yi, agora o diplomata mais graduado da China depois de ter sido nomeado diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores na virada do ano.

– Se os Estados Unidos não pisarem no freio e continuarem a acelerar no caminho errado, nenhuma barreira poderá impedir o descarrilamento, que se tornará conflito e confronto, e quem arcará com as consequências catastróficas?

Barreiras no relacionamento bilateral

Autoridades dos EUA costumam falar em estabelecer barreiras no relacionamento bilateral para evitar que as tensões se transformem em crises.

Qin comparou a competição sino-americana a uma corrida entre dois atletas olímpicos.

– Se um lado, em vez de se concentrar em dar o melhor de si, sempre tenta enganar o outro, até mesmo a ponto de ter que entrar nas Paraolimpíadas, então isso não é uma competição justa – disse ele.

O ministro também afirmou que uma “mão invisível” pressiona pela escalada da guerra na Ucrânia “para servir a certas agendas geopolíticas”, sem especificar a quem se referia.

Ele reiterou o apelo da China ao diálogo para acabar com a guerra.

A China fechou uma parceria “sem limites” com a Rússia no ano passado, semanas antes da invasão da Ucrânia, e tem culpado a expansão da Otan por desencadear a guerra, ecoando o argumento russo.

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