Chávez insiste em trocar a Alca por uma nova associação continental

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou nesta quinta-feira em Assunção, a proposta de criação de uma associação continental que substitua a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que os Estados Unidos promovem e que deverá entrar em vigor em 2005.

— A Alca não é o caminho. Tal como é planejada, é uma ameaça para o nosso povo — declarou Chávez aos jornalistas ao chegar a Assunção para participar nesta sexta da posse presidencial de Nicanor Duarte.

O chefe de Estado venezuelano defende a Alba (Alternativas Bolivarianas para as Américas), que representaria “um verdadeiro processo de integração e de intercâmbio”.

Chávez, que chegou a Assunção quase junto com o presidente cubano, Fidel Castro, manifestou sua “alegria” por poder saudar “um heróico povo guarani” e qualificou o Paraguai como “berço da democracia participativa na América”.

O presidente venezuelano insistiu para que os governos da região resistam ao neoliberalismo selvagem, um modelo que, segundo afirmou, tetaram “impor à América Latina depois do consenso de Washington e da queda do Muro de Berlim”.

— Quiseram impor ao mundo uma nova ordem econômica internacional disfarçada de neoliberalismo, a fase mais selvagem do capitalismo — afirmou Chávez, ao ressaltar que o sistema “produziu riqueza para uma minoria e pobreza para a maioria”.

Esta é a segunda visita oficial de Chávez a Assunção em dois meses, após sua presença, em junho passado, na cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco sul-americano integrado por Argentina, Brasil e Uruguai, os quais estão associados à Bolívia e ao Chile.

Além de Chávez e Castro, confirmaram presença na posse presidencial os chefes de Estado de Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador e Uruguai, além do herdeiro da Coroa espanhola, Felipe de Borbón.