Celular de Bebianno na mão de Janones vira arma eleitoral

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Publicado quarta-feira, 26 de outubro de 2022 as 14:52, por: CdB

Sob forte pressão do governo Bolsonaro e enfrentando até ameaças à sua vida, Bebianno faleceu em março de 2020, quando já havia deixado o governo. Conforme informações oficiais da época, o ex-ministro estava em seu sítio em Teresópolis. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu.

Por Redação – de São Paulo

O deputado André Janones (Avante-MG) esticou a corda nesta quarta-feira, e elevou a tensão entre a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL). Em sua conta no Twitter, Janones publicou uma série de fotos que afirma terem sido retiradas do celular de Gustavo Bebianno, presidente nacional do PSL durante as eleições de 2018, que morreu vítima de um infarto em 2020.

Bebianno
Bebianno foi escorraçado do governo de Jair Bolsonaro, após ser chamado de mentiroso, e agora enfrentou uma investigação da PF

Bebianno foi uma das figuras mais próximas a Bolsonaro ao longo da campanha, sendo um de seus principais conselheiros, e depois atuando como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Ele foi um dos primeiros a romper com atual mandatário, em um rumoroso caso de ‘fritura’ do então ministro.

Antes de morrer, em março de 2020, sob forte pressão e até ameaças à sua vida, Bebianno disse ter guardado material, “inclusive fora do Brasil”, para ser usado caso algo acontecesse com ele. O material estaria arquivado no celular do ex-ministro, com conteúdos relacionados ao presidente Bolsonaro.

Ranger de dentes

“Mortos não falam, mas os celulares deles sim! Lembra desse dia Carlinha? Lembra o que foi falado aqui?”, disse Janones, endereçando o tweet à deputada aliada de Jair Bolsonaro, Carla Zambelli (PL-SP). “Isso aqui é só o frame de um vídeo, e de onde saiu esse tem muito mais! Apenas aguarde! HAVERÁ CHORO E RANGER DE DENTES!”, escreveu o deputado.

Em seguida, Janones publicou: “O FINAL DESSA HISTÓRIA SERÁ APOTEÓTICO! Eu prometo!”. Carla Zambelli respondeu ao colega da Câmara dos Deputados: “Mortos não falam mesmo. O Celso Daniel não fala também, mas seus registros, sim”, disse. Celso Daniel (PT-SP) foi prefeito de Santo André (SP), e morreu assassinado a tiros em 2002, quase que comparando os acontecimentos.

Bebianno faleceu em março de 2020, quando já havia deixado o governo Bolsonaro. Conforme informações oficiais da época, o ex-ministro estava em seu sítio em Teresópolis. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu.

Denúncias

Bebianno era pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB. Ele também coordenou a campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República, o que lhe rendeu o cargo de secretário-geral da Presidência do governo. Ele foi exonerado no dia 18 de fevereiro de 2019, em meio às denúncias de que o partido que elegeu Bolsonaro à presidência havia utilizado de candidaturas laranjas.

A queda de Bebianno começou após denúncias de que uma candidata do PSL à Câmara dos Deputados alegou que havia sido usada como laranja nas eleições de 2018. Maria de Lourdes Paixão concorreu pelo Estado de Pernambuco e teve um número inexpressivo de votos, na contramão da quantia destinada à ela durante a campanha. A candidata recebeu R$ 400 mil do fundo partidário. À época, Bebianno era presidente do PSL.

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