Ao citar a liberdade criativa na produção do enredo, André citou também a importância de valorizar o carnaval e destacou o papel socioeconômico da festa na incorporação de trabalhadores geralmente excluídos do mercado.
Por Redação, com Brasil de Fato – do Rio de Janeiro
A Imperatriz Leopoldinense foi a campeã do carnaval 2023 no Rio de Janeiro, misturando xaxado com samba para contar a história de Virgulino Ferreira, o Lampião, e sua esposa Maria Bonita, os mais famosos dos cangaceiros.
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No programa Central do Brasil desta segunda-feira, o diretor da escola, André Bonatte, fala sobre a jornada nos últimos anos até a vitória e também a respeito da importância do carnaval para a cultura brasileira
Inspirado na literatura de cordel, o enredo levou para a avenida a mesma magia e o universo fantástico presentes nos tradicionais folhetos e voltou a desfilar, no último sábado, na apresentação das campeãs.
Além de encantar o público com esta história, a escola conseguiu quebrar um jejum de 22 anos sem títulos e fortalecer uma reconexão com a comunidade.
Este é o entendimento de André Bonatte, diretor da escola, que ressaltou a importância da liberdade criativa dada ao carnavalesco Leandro Vieira, idealizador do enredo vencedor.
Liberdade de construção
“O que o artista precisa na essência? É liberdade. Se você coloca o artista dentro de uma caixa, ferrou. Quando o Leandro vem pra cá, a primeira coisa que a gente garante a ele é a liberdade de construção”, explicou.
Ao citar a liberdade criativa na produção do enredo, André citou também a importância de valorizar o carnaval e destacou o papel socioeconômico da festa na incorporação de trabalhadores geralmente excluídos do mercado.
– A gente tende a diminuir a arte produzida pelo carnaval. O que se produz no carnaval não fica atrás do que se vê no Louvre, do que se tem nos maiores museus do mundo. O que se produz aqui em termos de cultura é muito rico – compara.
– O carnaval é um mercado que absorve todo tipo de gente, que às vezes o mercado informal não absorve com tanta facilidade. O mercado do carnaval tem pessoas mais velhas, que são as costureiras que o mercado tradicional exclui. Tem o pessoal LGBTQIA+, que a gente sabe o quanto é excluído no mercado tradicional de trabalho e as escolas de samba absorvem com muita tranquilidade – analisou.