Um cardeal veterano tentou este domingo abafar a crescente especulação sobre quem irá suceder o papa João Paulo 2o, pedindo ao povo que contenha sua curiosidade e deixe Deus fazer Seu trabalho.
Faltando oito dias para o início do Conclave que elegerá o papa, líderes da igreja estão batalhando para limitar as especulações da mídia sobre quem será o próximo pontífice, com medo de que isto venha a influenciar o exclusivíssimo processo eleitoral.
No sábado, os prelados iniciaram um voto de silêncio em relação à mídia, recusando-se a falar com repórteres até o fim do conclave. Neste domingo, o cardeal de Roma, Camillo Ruini, disse aos fiéis na basílica de São Pedro que o mundo exterior deve ser paciente.
“Não vamos ser tão inutilmente e tão humanamente curiosos para saber quem ele é antes do tempo”, disse Ruini durante a homilia do segundo dos nove dias de missas de luto por João Paulo 2, que antecedem o conclave.
“Ao invés disso, nós devemos estar prontos para receber em nossas preces, nossa confiança e nosso amor àquele a quem o Senhor desejar nos dar”, disse Ruini, que foi o vigário de Roma durante o papado de João Paulo 2o, ao público que lotava a basílica.
Os cardeais iniciarão o conclave sob os afrescos da capela Sistina no próximo dia 18 e votarão duas vezes por dia até que um candidato atinja a maioridade de dois terços dos votos mais um.
Comentários dos cardeais antes do boicote à mídia indicam claramente que eles estão divididos sobre as prioridades que devem nortear a igreja católica e que não há um candidato favorito óbvio.
“Até onde eu consigo ver, não há favoritos claros e provavelmente nenhuma aliança firmemente consolidada”, disse o cardeal alemão Karl Lehmann ao jornal Allgemeine Zeitung Mainz em uma entrevista publicada este sábado.