Capacetes azuis são enviados pela China em missão de paz

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Publicado quarta-feira, 10 de dezembro de 2003 as 04:41, por: CdB

A China enviou 60 soldados do seu Exército Popular de Libertação (EPL) na última terça-feira para a Libéria em apoio à missão de paz das Nações Unidas neste país, onde se encarregarão das tarefas de transporte de material e pessoal, informaram, nesta quarta-feira, fontes militares.

Estes 60 capacetes azuis fazem parte dos 550 soldados que Pequim decidiu enviar ao país africano, destruído por uma guerra civil que durou quatorze anos e matou 200.000 pessoas.

É o maior contingente já enviado pelo gigante asiático ao exterior em missão de paz, e os capacetes azuis que partiram na terça-feira fazem parte da companhia encarregada do transporte que tem um total de 240 membros.

Em breve será enviado o restante do grupo e outros 275 sapadores e 35 trabalhadores médicos, detalhou o tenente-coronel do EPL, Shen Gangfeng.

Os capacetes azuis estarão equipados com 158 veículos e 20 caminhões para a provisão de água, e além de tarefas de transporte, construirão estradas, consertarão casas e aeroportos, assegurarão a provisão de água e eletricidade, e curarão dos feridos, explicou Shen.

A missão, que durará pelo menos um ano, foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em setembro passado, que acertou o envio de 15.000 capacetes azuis.

A China, membro permanente do Conselho de Segurança desde 1971, se negou durante os dez primeiros anos como membro da ONU a apoiar as missões de paz desse órgão.

Mas em 1988 decidiu fazer parte de um comitê especial dedicado às operações de paz dos capacetes azuis. Sua primeira missão foi em 1992 no Camboja.

Em 12 de outubro a Libéria cortou seus laços diplomáticos com Taiwan a favor da China, coincidindo com a queda do Governo do presidente Charles Taylor, e segundo analistas, esta missão de paz pode ser uma tentativa de aproximação de Pequim com o país africano.

Pequim considera Taiwan uma mera província ‘rebelde’ e grande parte de sua política externa está dirigida a obter apoio de aliados em detrimento da ilha, à qual reconhecem apenas 27 países, entre eles, o Vaticano.