Cai o número de cheques sem fundos em relação a março de 2003

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Publicado sexta-feira, 23 de abril de 2004 as 01:03, por: CdB

O total de cheques devolvidos por falta de fundos no país teve uma variação negativa de 2,7%, na comparação com março de 2003, de acordo com o levantamento da CheckOK, empresa nacional de verificação eletrônica de crédito.

Do total de 189,3 milhões de cheques compensados, 10,8 milhões foram devolvidos por falta de fundos, ou seja, 57 cheques em cada lote de mil compensados não tinham saldo suficiente. Em março de 2003, de cada mil cheques compensados, 59 eram frios.

Já em relação a fevereiro deste ano, com 8,5 milhões de cheques devolvidos ou 54 em cada mil compensados, houve uma variação positiva de 6,6%, ou seja, o número de cheques devolvidos em relação ao de compensados foi menor do que em março.

Em março, o número total de cheques devolvidos por insuficiência de saldo (10,8 milhões) foi maior do que a média mensal de cada ano desde 1997. A maior média de devoluções foi verificada em 2001. Neste ano foram devolvidos 123,5 milhões de documentos, isto é, 10,3 milhões de cheques por mês, em média.

O total de cheques devolvidos sem fundos em março foi o maior dos últimos 12 meses, superando maio (10,6 milhões) e julho de 2003 (10,5 milhões), revela o levantamento.

Em São Paulo, estado com maior volume de cheques compensados (aproximadamente 74 milhões), de cada mil cheques compensados em março, 51 foram devolvidos por falta de fundos.
Esse total é 5,9% menor do que a variação registrada em março de 2003, quando foram devolvidos 54 documentos por insuficiência de fundos a cada lote de mil compensados. Já em relação a fevereiro de 2004, quando foram devolvidos 47 cheques em cada mil depositados, houve variação positiva de 6,7%.

De cada mil cheques compensados em março de 2004, no Estado do Rio de Janeiro, 56 foram devolvidos por falta de fundos. Ou seja, uma variação negativa de 6,7% na comparação com março de 2003, quando foram devolvidos 60 cheques em cada mil compensados.

Já em relação a fevereiro de 2004, a taxa de inadimplência registrou variação positiva de 7,2%, com 53 devoluções para cada mil cheques depositados.

No mês passado três regiões do país registraram queda na variação do volume de cheques sem fundos, na comparação entre os meses de março de 2004 e 2003: Nordeste (-1,2%), Sudeste (-4,7%) e Sul (-2,9%), já as regiões Norte (8%) e Centro-Oeste (3,3%) apresentaram alta. Em relação ao mês de fevereiro de 2004, todas as regiões tiveram alta na variação: Norte (7,1%), Nordeste (8,2%), Sudeste (7,3%), Centro-Oeste (4,8%) e Sul (3,3%).

Todos os dados do levantamento da CheckOK têm como base os dados fornecidos pelo Banco Central e referem-se aos cheques sem fundos devolvidos pela primeira e segunda vezes, além das devoluções pelas alíneas 13 (conta encerrada), 14 (prática espúria) e 21 (contra-ordem ou sustação de pagamento).

A soma dos valores dos cheques devolvidos por falta de fundos no mês de março (R$ 6 bilhões) foi maior do que a registrada em março do ano passado (R$ 5,6 bilhões). A taxa de inadimplência também apresentou pequeno aumento de 0,11 ponto percentual, tendo subido de 6,20% para 6,31%, na comparação entre os dois meses.

– Esses dados revelam que tanto o volume financeiro de inadimplência quanto a taxa de inadimplência apresentaram o maior registro do mês nos últimos sete anos, ou seja, desde 1997 – afirma Gustavo Pedreira, analista financeiro da ABM Consulting.

Ainda segundo o analista, o recorde é reflexo de um 2003 muito ruim para o consumidor e um começo de 2004 lento, sem grandes quedas na taxa de juros. Com a queda de 0,25 ponto percentual da Selic nos meses de abril e março, as taxas do cheque especial pouco se alteraram.

– Março também acaba sendo o mês em que ‘caem’ os cheques pré-datados das compras de Natal e o período em que o consumidor mais sente o impacto dos tradicionais gastos do início de ano. Além disso, historicamente, em março registra-se a maior taxa de inadimplência em compa