Cai diferença de renda entre ricos e pobres do país

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Publicado quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005 as 11:00, por: CdB

A diferença entre o rendimento dos trabalhadores mais pobres e dos mais ricos do Brasil diminuiu em 2003, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A renda média dos 40% mais pobres declinou 3% sobre 2002, enquanto o rendimento dos 10% ricos cedeu 9%.

Em 2002, o rendimento dos 10% mais ricos era 18 vezes maior que o dos 40% mais pobres e em 2003 essa diferença caiu para 16,9 vezes. O estudo Síntese de indicadores sociais apresentado nesta quinta-feira acrescentou que jovens, mulheres e pessoas escolarizadas foram os mais afetados pelo desemprego em 2003, quando o número de pessoas desocupadas aumentou sobre o ano anterior, atingindo 9,7% da população, e o rendimento médio do trabalhador caiu em 7,5%.

A desocupação entre esse três grupos deve-se ao aumento da busca por emprego por jovens e mulheres para complementar a renda familiar ou financiar estudos. O número de mulheres no mercado elevou-se em 2,5%, frente à alta de 1,6% no total de homens. Ainda assim, menos mulheres estão no mercado, 50,7% contra 72,8% dos homens.

Em relação às pessoas mais escolarizadas, o IBGE notou um “componente estrutural” no que se refere à criação de vagas mais qualificadas. A desocupação de pessoas com oito anos ou mais de estudo totalizou 11,3% em 2003, alta de um ponto percentual sobre 2002.

Em 2003, 87,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais estavam no mercado de trabalho, empregadas ou procurando trabalho, o equivalente a 61,4% da população brasileira em idade ativa.

Mulheres ainda ganham menos

As mulheres ganham cerca de 30% menos que os homens, acrescentou a pesquisa.

“As explicações para esse fato decorrem desde as características de inserção das mulheres do mercado, fortemente concentradas no setor de serviços e em ocupações pouco qualificadas e de baixa remuneração, até a trajetória profissional destas, no que se refere ao menor índice de ocupação em cargos de comando ou chefia”, apontou o IBGE em comunicado.

As regiões mais desenvolvidas economicamente – Sul e Sudeste – apresentaram as maiores desigualdades de renda entre homens e mulheres. A renda do trabalhador geral teve sua maior queda em Belém, de 20,9%, seguida por Rio Grande do Norte, de 18,2%, e Salvador, de 17,3%. A pesquisa considerou as regões metropolitanas desses Estados.