Bush quer modernizar Forças Armadas para combater o terrorismo

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sexta-feira, 27 de maio de 2005 as 18:20, por: CdB

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu nesta sexta-feira o fechamento de bases militares como necessário para adaptar as Forças Armadas à luta moderna contra o terrorismo em todo o mundo.

Em um discurso na cerimônia de graduação dos cadetes da Academia Naval de Annapolis, em Maryland, Bush falou sobre a situação no combate ao terrorismo e as reformas nas Forças Armadas anunciadas pelo Pentágono para se adaptar a essa luta.

Sobre as mudanças nas prioridades de defesa desde os atentados de 11 de setembro de 2001, Bush disse que essas reformas devem incluir sistemas tecnológicos mais modernos, o deslocamento de tropas e o fechamento de bases obsoletas.

O fechamento de mais de 150 bases militares nos EUA gerou muitas críticas e resistência nas localidades que serão afetadas, que podem perder receita econômica e empregos.

Em seu discurso, Bush disse que “as mudanças vão garantir que nos mantenhamos como a força militar mais poderosa do mundo”.

“Temos mais bases do que precisamos”, disse Bush, acrescentando que “manter essas instalações desperdiça bilhões de dólares dos contribuintes”.

Esse dinheiro “pode ser melhor investido em oferecer as ferramentas para que vocês combatam os terroristas e enfrentem as ameaças do século XXI”, disse Bush aos cadetes.

O processo para decidir quais bases serão fechadas, prometeu, será “imparcial e justo” e resultará em Forças Armadas “mais eficientes e mais bem preparadas” para os desafios dos próximos anos.

“Os revolucionários avanços na tecnologia estão transformando a guerra a nosso favor, e nas próximas décadas as mudanças serão ainda mais drásticas”, disse.

Entre as novas tecnologias mencionadas pelo presidente está a utilização de veículos submersíveis não tripulados “que irão onde nenhum submarino atual pode chegar”.

Bush também falou sobre a construção de destróieres que podem derrubar mísseis balísticos, e a modificação de submarinos para poderem transportar comandos das forças de operações especiais e mísseis a curta distância dos inimigos, além do desenvolvimento de bases navais flutuantes.

“No tempo em que vivemos, a qualquer momento pode surgir um terrível perigo em qualquer parte do mundo, e devemos estar preparados para enfrentá-lo em qualquer lugar”, disse Bush.

O discurso de graduação das academias militares é uma espécie de tradição presidencial. Bush passa todos os anos pelas academias de cada corpo das Forças Armadas.

Por este ano ser a graduação dos cadetes que entraram em 2001, ano dos atentados de 11 de setembro, Bush ressaltou a necessidade de seguir em frente na luta contra o terrorismo e lembrou que “nossos inimigos não vão parar por causa de negociações”.

No entanto, o presidente americano disse que os Estados Unidos estão vencendo e “a sede de liberdade vai se impondo no mundo”.

Bush disse que eventos como a “Revolução das Rosas” na Geórgia há um ano e meio, a “Revolução Laranja” na Ucrânia e as eleições no Iraque e nos territórios palestinos evidenciaram a chegada de uma nova geração “cujos corações batem pela democracia”.

As pessoas dessa nova geração “conseguirão (a democracia), e o ódio acabará sendo substituído pela força da liberdade”, disse o presidente.

Na “Revolução das Rosas”, as concentrações populares pacíficas na Geórgia conseguiram a renúncia do então presidente Edvard Shervardnadze, e sua substituição pelo pró-ocidental Mikheil Saakashvili.

Na Ucrânia, a “Revolução Laranja” levou milhares de manifestantes às ruas para protestar contra uma suposta fraude nas eleições presidenciais, o que obrigou à repetição do pleito com a vitória do também pró-ocidental Victor Yushchenko.