Bush pede ao Japão maior dureza nas negociações com Coréia do Norte

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Publicado terça-feira, 1 de fevereiro de 2005 as 06:25, por: CdB

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu ao premier japonês, Junichiro Koizumi, maior dureza nas negociações para a desnuclearização da Coréia do Norte, informou, nesta terça-feira, o governo de Tóquio.

O ministro porta-voz japonês, Hiroyuki Hosoda, explicou que o diretor para a Ásia do Conselho de Segurança dos EUA, Michael Green, lhe entregou uma carta na qual Bush oferece a Koizumi uma maior cooperação nos assuntos relacionados com a península da Coréia.

O presidente americano expressa na missiva sua compreensão pelo mal-estar japonês ante a falta de clareza da Coréia do Norte no assunto dos cidadãos japoneses seqüestrados por agentes norte-coreanos há décadas.

Neste sentido, Bush pede maior atenção japonesa às negociações entre as duas Coréias, Japão, Rússia, China e EUA sobre o programa nuclear norte-coreano e, se for preciso, endurecendo as exigências para que Pyongyang renuncie a sua ambição de dispor de um arsenal atômico.

No entanto, ante os passos que estão sendo dados pelo governo do Japão para a imposição de sanções econômicas à Coréia do Norte pelo assunto dos seqüestrados, Green, em declarações à imprensa, pediu prudência e consultas entre Tóquio e Washington a este respeito.

Por enquanto, Koizumi preferiu deixar de lado o espinhoso tema das sanções à Coréia do Norte, apesar de serem vários os membros de seu Gabinete e muitos deputados de seu grupo político os que as reclamam para obrigar Pyongyang a dar informação veraz sobre a sorte dos seqüestrados japoneses.

Essa cautela de Koizumi, defendida também pelo Departamento de Estado americano, responde, segundo Tóquio, ao temor de que as sanções afetem o processo de diálogo a seis lados pelo programa nuclear norte-coreano.

A Coréia do Norte manifestou em diversas ocasiões que a imposição dessas sanções seria considerada um ato de agressão, suficiente inclusive para desatar medidas de força em resposta.

Em sua carta a Koizumi, Bush também louva o apoio japonês aos EUA em sua campanha de luta contra o terrorismo e na reconstrução do Iraque (onde há desdobrados 600 soldados japoneses em uma missão muito criticada no Japão), e destaca a ajuda enviada por Tóquio aos países afetados pelos “tsunamis” do Índico.