A Bulgária fará todo o possível para salvar os dois motoristas de caminhão sequestrados por militantes islâmicos no Iraque, afirmou na sexta-feira o primeiro-ministro búlgaro, Simeon Saxe-Coburg.
Questionado sobre se as autoridades negociariam com os sequestradores, que ameaçaram matar os reféns, o dirigente disse a repórteres, em uma visita a Belgrado, que a Bulgária vai agir de forma responsável.
Nesse tipo de situação, é necessário “servir-se de todos os tipos de canais, meios e conexões”, afirmou. “Faremos o que estiver a nosso alcance para ajudar e salvar nossos cidadãos.”
Isso, porém, não vai alterar o apoio do país aos Estados Unidos na guerra contra o Iraque. Incorporada há pouco tempo à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Bulgária possui atualmente 470 soldados na cidade de Kerbala, sul do Iraque.
“Não se pode esperar que a Bulgária mude sua política externa por causa desse ou daquele grupo”, afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, Solomon Passy. Os dois reféns foram identificados como sendo os civis Ivailo Kepov e Georgi Lazov. Os dois, segundo a chancelaria, estariam no Iraque desde 19 de junho.
Os sequestradores ameaçaram nesta quinta-feira matá-los dentro de 24 horas, caso as forças lideradas pelos EUA não libertassem prisioneiros, afirmou a rede de TV árabe Al Jazeera. O videoteipe mostrava os dois reféns na frente de homens mascarados.
Segundo o canal de TV, o vídeo foi entregue pelo grupo comandado pelo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, acusado de ligações com a rede Al Qaeda. O grupo assumiu a responsabilidade pela decapitação de dois civis desde maio.
A empresa para a qual os dois búlgaros trabalhavam afirmou que suspenderia suas atividades no Iraque. “Só queremos que eles voltem, vivos e com boa saúde”, disse Neli Kepova, mulher de um dos reféns. As mulheres de Kepov e de Lazov devem se reunir nesta sexta-feira com o chanceler búlgaro.