Brasil se classifica entre as melhores equipes do Pré-Mundial de Debates

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Publicado sábado, 13 de julho de 2024 as 11:33, por: CdB

Cinco estudantes brasileiros passaram por um intenso processo de seleção e, mostrando excepcional habilidade, foram escolhidos entre 313 jovens para representar o Brasil.

Por Redação, com ACS – de Praga

O Campeonato Pré-Mundial de Debates Escolares (World Schools Debating Championships), competição internacional que fomenta o pensamento crítico, a comunicação eficaz e o trabalho em equipe, convoca anualmente os melhores jovens talentos de cada país para um embate intelectual de excelência. Na edição atual, realizada entre 10 e 14 de julho na capital da República Tcheca, este torneio celebra sua maior participação histórica com 66 equipes nacionais. De Praga, eles partem para o Mundial de Debates na Sérvia, que acontecerá de 16 a 26 de julho. Seletivas são promovidas para escolher os melhores debatedores de cada nação, filtrando os mais qualificados para representar seus países no Mundial; o torneio funciona como uma Copa do Mundo de debates.

Equipe de debates
A Seleção Brasileira de Debates enfrentou equipes do Canadá, Coreia do Sul, China, Países Baixos, México e Vietnã

Cinco estudantes brasileiros passaram por um intenso processo de seleção e, mostrando excepcional habilidade, foram escolhidos entre 313 jovens para representar o Brasil. Com um treinamento rigoroso e estudos aprofundados sobre tópicos contemporâneos, a equipe brasileira tem realizado uma participação marcante. Classificada como a 11ª melhor do evento, passou para as oitavas de final, debatendo questões tão variadas quanto as eleições francesas, a crise climática global, a atual ascensão geopolítica da Índia e os desafios da agricultura moderna.

Os representantes do Brasil são Vitor Cezário, Renata Hamdar, Luiz Arns, Halytza Dutra e Ícaro Teixeira. Eles chegaram a Praga após um meticuloso treinamento conduzido por Jess Peixoto e Gabriel Guia, renomados debatedores universitários e representantes do Instituto Brasileiro de Debates (IBD). Esta é a primeira participação presencial do Brasil no Pré-WSDC, após três anos competindo online, uma oportunidade que é fruto do trabalho do IBD, uma entidade sem fins lucrativos dedicada à promoção e organização de debates competitivos no Brasil.

 

Preparação

Jess Peixoto, treinadora da equipe, expressa que “muitas pessoas não entendem o nível de dedicação e esforço que este esporte intelectual exige desses jovens, que, ao invés de estarem jogando videogame ou gastando seu tempo livre longe dos estudos, escolhem passar horas estudando as condições políticas que levam ao atual sistema de votação do Banco Mundial, além de considerar, sem poder escolher seu lado, quais seriam as razões lógicas para mudá-lo ou mantê-lo.”

A Seleção Brasileira de Debates enfrentou equipes do Canadá, Coreia do Sul, China, Países Baixos, México e Vietnã. Vitor Cezário, ao refletir sobre a competição, afirma: “Representar o Brasil neste evento é um privilégio imenso, pois; além de exaltar um esporte intelectual que aprimora habilidades amplamente exigidas na atualidade, simboliza a ascensão da educação brasileira ao topo educacional global”.

— Enquanto diversas nações, como a Coreia do Sul, possuem um legado estabelecido no Mundial de Escolas e na prática do debate competitivo, nós, no Brasil, incorporamos essa prática em nossas escolas apenas há quatro anos. Em tão curto espaço de tempo, registramos progresso significativo e aprimoramos nossa qualidade e preparação. Diante das seleções de elite do mundo e dos elevados níveis de debates, essa evolução torna-se evidente. Ao vencer a Coreia do Sul e a China, duas das mais fortes nações nesse esporte ao longo dos anos, nossa celebração na primeira rodada foi além do triunfo; foi a comemoração do patamar de excelência que nosso país está alcançando — pontuou.

 

Troféus

Renata Hamdar compartilha o entusiasmo da equipe.

— Estamos emocionados em trazer nosso estilo único de debate, caracterizado por paixão, argumentação incisiva e criatividade, para este palco global.” Luiz Arns, um dos debatedores, acrescenta: “Queremos ser conhecidos não apenas como a nação do futebol, mas também do debate e da educação — disse.

O impacto do esforço desses jovens vai além dos troféus. O esforço desses jovens brasileiros é reconhecido e, ao longo dos últimos três anos, os membros da Seleção Brasileira de Debates colheram os frutos desse esforço. Quatro deles foram aprovados com bolsas em universidades estrangeiras de renome, como Harvard e Columbia. Luiz Martins, o capitão do time de 2021, destaca sobre esse processo.

— Através da liderança como capitão da seleção brasileira de debates, desenvolvi habilidades de comunicação e pensamento crítico que foram fundamentais para minha admissão em instituições renomadas como Harvard e Yale. Ao liderar nossa equipe em competições internacionais, mostramos ao mundo que o Brasil é uma nação que valoriza o debate como uma forma construtiva e eficaz de enfrentar desafios — acrescentou.

 

Observadores

O IBD continua a desempenhar um papel indispensável, não apenas treinando os debatedores para alcançar o seu máximo potencial, mas também conscientizando a sociedade brasileira sobre a importância do debate competitivo, inclusive auxiliando escolas a implementar debates competitivos na grade escolar. A entidade defende o debate como uma ferramenta educacional imprescindível para o desenvolvimento de habilidades fundamentais, como pensamento crítico, retórica convincente e respeito por diversas perspectivas. Uma de suas parcerias de sucesso é com o Colégio Arena, de Goiânia. Samuel e Mayana Favoretto, do Colégio, acompanham o evento como observadores para aprenderem mais sobre a competição e iniciar uma expansão das atividades competitivas de debate também para o ensino fundamental.

O IBD, com seu compromisso em promover o debate como ferramenta educacional, está cultivando habilidades essenciais como pensamento crítico, oratória e respeito por diversas perspectivas. Este esforço é um passo estratégico para o avanço da educação brasileira.

— Estamos plantando as sementes de uma geração de líderes pensantes, capazes de enfrentar os desafios do futuro com argumentação sólida e mente aberta — conclui Jess Peixoto.

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