Bolsa se recupera em momento de aparente tranquilidade política

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Publicado terça-feira, 30 de agosto de 2005 as 18:48, por: CdB

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta nesta terça-feira, impulsionada pela perspectiva de queda de juros no país e pela tranquilidade no front político. Contribuiu ainda a forte queda do rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro norte-americano, de 4,17% para 4,096%, o que beneficia a procura por retornos maiores em países emergentes.

Os investidores minimizaram os alertas da ata da última reunião do banco central norte-americano (Fed) sobre inflação e apostaram que o alto preço do petróleo, que atingiu novo recorde de 70,85 dólares nesta terça-feira em Nova York, vai afetar o crescimento econômico.

– O mercado lá fora vem refletindo essa escalada do preço do petróleo. Começa a criar-se um humor de que provavelmente para final do segundo semestre, início do ano que vem, esse preço do petróleo pode afetar a demanda global. O ritmo de crescimento, que havia se projetado como sendo muito mais forte, como que cópia do terceiro trimestre, pode ser que já comece a ser revisado (para baixo) – explicou Alexandre Sant’Ana, analista de renda variável da Arx Capital Management.

O principal indicador da bolsa paulista encerrou em alta de 0,8%, a 27.603 pontos. No meio da tarde, entretanto, depois do recorde do petróleo e da divulgação das minutas do Fed, o índice, que operava em alta, chegou a cair 0,16%. O volume financeiro da sessão ficou em R$ 1,24 bilhão, novamente liderado por Petrobras, que avançou 1,97%, e novamente abaixo da média diária do ano, de R$ 1,47 bilhão.

Entre as maiores altas do pregão ficaram as ações da Cemig, com valorização de 3,36%. A empresa anunciou redução do programa de investimentos de 2005 de 2,085 bilhões de reais para R$ 1,618 bilhão.

SELIC Menor

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), divulgado na manhã desta terça, registrou nova deflação em agosto, acumulando quatro meses seguidos de queda pela primeira vez, e reforçou a aposta em corte de juro em setembro. O IGP-M recuou 0,65% neste mês, seguindo a queda de 0,34% em julho, maior declínio desde junho de 2003. Economistas previam em média variação negativa de 0,52%.

– Mês que vem não escapa. A dúvida é se é (corte de) 0,25 ou 0,50 (ponto percentual) – disse Américo Reisner, operador da corretora Fator.

Para esta quarta-feira

A quarta-feira é um dos dias mais agitados da semana. Conta com Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil e PIB norte-americano. Ainda nos Estados Unidos, há a divulgação do deflator implícito e dos índices de atividade de Nova York e de Chicago. No front político, o depoimento do chefe de gabinete do ministro Antonio Palocci (Fazenda), Juscelino Dourado, previsto para esta terça-feira, foi transferido para quarta-feira às 11h30 na CPI dos Bingos.