BNDES vai ampliar crédito para pequenas empresas exportarem

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 14 de janeiro de 2003 as 15:07, por: CdB

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Furlan, anunciou hoje, durante seu discurso na abertura da Couromoda 2003, que o governo vai ampliar as linhas de crédito de exportação do BNDES Exim no valor até US$ 100 mil, voltadas para pequenas e médias empresas.

“A prioridade do governo é a geração de empregos e o atalho para isso é a ampliação das exportações”, afirmou, em seu discurso. “O governo deve correr mais riscos com as pequenas e médias empresas”, disse.

Furlan afirmou ainda que o governo estuda a possibilidade de implementar um programa similar ao “Moder Frota”, para reaparelhamento de pequenas e médias empresas. “Usaremos os recursos para que as empresas tenham capital de giro e possam se reaparelhar, como aconteceu com o Moder Frota, o programa fantástico do Ministério da Agricultura que permitiu o aumento da produtividade do setor em mais de 30%”, informou.

O ministro não quis revelar detalhes sobre seu anúncio e já deixou o Anhembi, em São Paulo, onde a feira é realizada, com destino a Campinas. “Os detalhes só informarei hoje à tarde na cerimônia de posse do Carlos Lessa no BNDES”, limitou-se a dizer.

Desafio

Furlan desafiou os empresários do setor do couro a dobrarem suas exportações até 2006, de US$ 2,84 bilhões registradas no ano passado. Furlan garantiu que, pelo lado do governo, os empresários encontrarão parcerias, incentivos, trabalho na abertura de mercados e rigidez nas negociações internacionais. “Ouvi hoje dos empresários que estamos tendo dificuldade para entrar na Rússia. Vamos remover essa dificuldade. Em março ou abril vamos fazer uma missão até a Rússia e eu quero a presença dos empresários lá. Vamos negociar o ingresso nesse mercado, já que queremos os russos como parceiros”, afirmou.

Citando um questionamento pessoal feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o Brasil quase não tem relacionamento comercial com os países do norte da Europa, Furlan sugeriu aos empresários que intensifiquem a busca por esses mercados. “Precisamos fazer mais do que vocês já fizeram, criando oportunidades. Helsinque, Kopenhague e Estocolmo têm renda per capita anual de US$ 40 mil a US$ 60 mil. Precisamos ver o que as pessoas de lá compram e oferecermos nossos produtos”, disse.

Ao enfatizar sua “obsessão” pelas exportações, o ministro chegou a ficar emocionado durante o discurso. “Quando minha mulher vai comprar uma botinha em Nova York, um calçado que fica bem no pé dela, fico envaidecido quando vejo o selo ‘made in Brazil'”, afirmou, interrompendo o discurso, quase perdendo a voz e abaixando a cabeça em silêncio parecendo até que ia chorar. “Fico muito emocionado quando penso nisso”, justificou.