Blair ataca gastos com subsídios agrícolas da UE

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Publicado domingo, 3 de julho de 2005 as 16:49, por: CdB

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, repetiu os ataques aos subsídios agrícolas da União Européia que beneficiam principalmente a França, dizendo que o bloco precisa de orçamento de longo prazo que o permita enfrentar os desafios globais.

Blair, que assumiu a presidência rotativa da UE na sexta-feira, disse que o modelo social do bloco de 25 membros deve ser modernizado, e que medidas rápidas são necessárias em diversas áreas incluindo emprego, educação, treinamento e inovação.

– Isso implica que tenhamos um orçamento que reflita essas realidades – disse ele em artigo escrito para o jornal Le Figaro, divulgado neste domingo, antes da publicação na segunda-feira.

– Um orçamento moderno não é um orçamento no qual, em 10 anos, ainda dedicaremos 40 por cento ao CAP (sigla em inglês para Política Agrícola Comum).

Ele reiterou que qualquer discussão de interrupção dos descontos da Grã-Bretanha deve ser ligada às conversações de reforma do CAP.

A Grã-Bretanha ganhou descontos em 1984, quando era um dos países mais pobres da UE e tinha pouco apoio de Bruxelas em subsídios agrícolas, que na época correspondiam a 75 por cento do orçamento da União Européia.

A Grã-Bretanha está mais rica agora e o governo argumenta que mesmo com os descontos sua contribuição líquida à UE é muito maior que a da França.

Blair voltou a dizer que a UE é mais que um mercado único e que aqueles que insistem que o bloco escolha entre princípios de mercado livre e valores sociais estão apresentando uma falsa escolha.

Ele disse que os europeus estão preocupados com globalização, segurança no trabalho, aposentadoria e padrão de vida, e querem políticas que tratem desses temores ao invés de políticas que os aumentem.

– Deixem-nos mostrar que estamos prontos para o trabalho – disse Blair. Ele elogiou o debate em andamento sobre o futuro da Europa, mas acrescentou: Debater não é a mesma coisa que trocar insultos. Nem matar novas idéias tratando os que querem mudanças como traidores do ideal da Europa.