Beyoncé é estrela de Grammy sob censura

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Publicado segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004 as 13:04, por: CdB

Beyoncé Knowles e OutKast foram, na madrugada desta segunda-feira, os grandes vencedores da 46ª edição dos prêmios Grammy, uma cerimônia retransmitida com atraso para censurar possíveis saídas de tom, mas que acabou sendo bastante discreta.

Beyoncé conseguiu cinco prêmios, desconsiderando um sexto, dado a uma versão remix de “Crazy in love”,  empatando com o recorde de artista feminino mais premiado, ao lado de Alicia Keys, Norah Jones e Lauryn Hill.

Mas a dupla OutKast ganhou o prêmio de melhor álbum do ano por “Speakerboxxx/The Love Below”, enquanto que o de melhor gravação foi para o grupo britânico de rock Coldplay, por sua canção “Clocks”. O OutKast ainda teve a vantagem de se separar em dois e tocar duas músicas na cerimônia: “The way you move”  e “Hey ya!” .

A festa vinha precedida pelo escândalo da exibição de um seio de Janet Jackson, em um dueto com Justin Timberlake no intervalo do “Super Bowl”, a partida final da liga de futebol americano.

Jackson, inicialmente convidada, não participou, e houve versões contraditórias entre a cantora e a cadeia CBS (a mesma que emitiu a “Super Bowl”) sobre sua ausência.

Por outro lado, Timberlake se esforçou a fundo para recuperar sua imagem de “bom garoto”. Não só compareceu à cerimônia acompanhado de sua mãe, como voltou a pedir perdão – mais uma vez – por arrancar parte da alça do vestido de Janet Jackson durante seu número conjunto.

“Foi uma semana dura para todos e o que ocorreu não foi intencional, [foi um ato] lamentável e me desculpo se alguém se sentiu ofendido”, disse o cantor ao receber o prêmio de melhor cantor pop masculino. Anteriormente Janet havia dito que a performance foi combinada.

O único momento “delicado” ocorreu quando Christina Aguilera recebeu seu prêmio de melhor intérprete feminina de pop. Ao girar-se para ambos os lados agradecendo, seu exuberante decote ameaçou ir mais à frente do que o devido. Nesse momento, o diretor da retransmissão aplicou um “zoom” que fez com que Aguilera recebesse praticamente o único primeiro plano da noite. Sorrindo, ela se arrumou e fez uma breve citação ao “caso Janet Jackson”.

À margem de detalhes como esse, a cerimônia, realizada no estádio Staples de Los Angeles, tentou destacar a música acima dos escândalos.

Queen Latifah, ao fazer uma das apresentações, disse que a cerimônia “não é sobre polêmicas ou mexericos, é sobre música”, e em outro momento ressaltou que “não importa o que se tenha dito, a música é uma força poderosa em favor do bem.

Além disso, a cerimônia também teve um momento de nostalgia durante a homenagem aos Beatles quando se cumpre o 40º aniversário da primeira visita do grupo aos Estados Unidos.

Sting, Dave Matthews, Vince Gill e Pharell Williams (do Neptunes) formaram uma versão “moderna” do fab four para tocar “I saw her standing there”.

O quarteto de Liverpool participou de três transmissões do programa televisivo de Ed Sullivan, com uma audiência de 72 milhões de espectadores, um recorde para a época.

Olivia Harrison e Yoko Ono, viúvas de George Harrison e John Lennon, apareceram no palco para receberem a homenagem, enquanto que Paul McCartney e Ringo Starr falaram de Londres em intervenções gravadas. McCartney dedilhou alguns acordes no mesmo violão em que tocou “Yesterday” pela primeira vez nos EUA.

Warren Zevon, que soube que tinha câncer terminal e completou rapidamente seu último álbum, “The Wind”, pouco antes de morrer, recebeu uma homenagem musical.

Além disso, seu filho Jordan recebeu em nome de seu pai um par de prêmios, o de melhor álbum de folk contemporâneo e melhor interpretação de dueto ou grupo de rock, pelo tema “Disorder In The House” com Zevon e Bruce Springsteen.

O Grammy serviu também para a “volta” de alguns astros da música. Luther Vandross, que se recupera de um derrame, apareceu em uma mensagem em vídeo, na qual falou e cantou breveme