Berzoini assume lugar de Tarso na disputa pela Presidência do PT

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Publicado segunda-feira, 29 de agosto de 2005 as 16:17, por: CdB

O deputado Ricardo Berzoini foi indicado, na tarde desta segunda-feira, como o novo candidato a presidente do Partido dos Trabalhadores nas eleições do próximo dia 18. Ele substitui na chapa do Campo Majoritário – tendência que dirige o PT há mais de 10 anos – o atual presidente interino, Tarso Genro, que anunciou sua desistência em entrevista coletiva. Tarso havia imposto como condição a retirada de José Dirceu da chapa, que não concordou com a proposta.

Berzoini tem concorrentes para o cargo, tanto na ala esquerda quanto moderada do PT. São eles Plinio de Arruda Sampaio, Maria do Socorro, Raul Pont, Valter Pomar, Marcos Sokol e Gegê. Se nenhum dos candidatos conseguir 50% dos votos no dia 18 de setembro, o segundo turno já está marcado para o dia 9 de outubro, mas a composição do novo diretório nacional acontecerá com base na eleição do primeiro turno. Desta forma, caso o Campo Majoritário não vença a eleição no primeiro turno, fazendo menos de 50% dos votos, o Diretório Nacional poderá ter, pela primeira vez na última década, a maioria de esquerda, que é contra a política econômica do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e uma posição nada confortável de apoio às iniciativas do governo Lula no Congresso.

Mesmo sem ser unanimidade no Campo Majoritário, Berzoini aceitou, neste domingo, concorrer à Presidência do PT.

– Pessoalmente, prefiro que Tarso continue na disputa, mas se ele desistir, boto meu nome à disposição do Campo Majoritário para ser o candidato. Não fugirei a essa responsabilidade – disse ele.

Para Berzoini, há razões de sobra para que ele não reúna a preferência unânime do Campo Majoritário:

– Tem muita gente que gosta de mim e muitos que não gostam. Sempre explicitei minhas opiniões contrárias à política econômica do governo e por isso não sou uma unanimidade no partido. Acho um exagero essa política de juros e não concordo com a política do superávit primário. Não é que os 4,25% de superávit sejam altos demais. Mas se é para ser 4,25% do PIB, que seja isso e não 5% como chegou a ser agora em julho. Sei que, por essas críticas, a apresentação do meu nome não é uma coisa tão simples – concluiu.