BC sinaliza mais cortes dos juros com queda do risco Brasil

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Publicado terça-feira, 2 de dezembro de 2003 as 11:37, por: CdB

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, declarou, na manhã desta terça-feira, que a queda do risco-país ajuda na continuidade da redução das taxas de juros.

“Para que a taxa de juros caia de forma consistente, é preciso, entre outras medidas, que o risco-país caia”, disse ele, em discurso no seminário “Produzir para crescer”, promovido pela Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, no plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Meirelles acrescentou que o risco-país indica o grau de confiança dos investidores na economia e portanto tem reflexo direto sobre o custo de financiamento para os investimentos. Segundo ele, “as causas estruturais que justificam nossa elevada taxa de risco soberano são um dos entraves que ainda nos afastam do pleno desenvolvimento. A eliminação dessas causas é condição essencial para que caia a percepção de risco da economia brasileira”.

O representante da autoridade monetária disse acreditar que o Brasil tem condições de crescer acima de 3% a ano em 2004. Segundo ele, o processo de retomada da atividade já começou, após um ano difícil. “O pior já passou. A crise de confiança que tomou conta do País no final do ano passado foi superada e as perspectivas são melhores”, afirmou.

Meirelles disse que em menos de um ano, o governo Lula conseguiu debelar a crise. Isso ocorreu, entre outras coisas, a partir de um processo de ajuste fiscal. “A rápida reversão abriu caminho para a retomada da atividade”, enfatizou, acrescentando que todas as condições para o crescimento já foram dadas. “Muito em breve os sinais estarão mais claros e disseminados em outros setores.”

O presidente do BC citou ainda os indicadores de produção industrial que têm apresentado sinais de recuperação. Segundo ele, esses índices confirmam a percepção de que a retomada está em curso. Sobre o crescimento de apenas 0,4% da economia no terceiro trimestre do ano, o presidente do BC observou que isso é passado e que os agentes devem se ater ao que está ocorrendo no quarto trimestre.

Participam do seminário o presidente do BNDES, Carlos Lessa, o presidente do PMDB, Michel Temer, os empresários Jorge Gerdau e Afif Domingues e os sindicalistas Luiz Marinho, da CUT, e Paulo Pereira Filho, da Força Sindical.