BC estima inflação de 5,1% em 2005

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Publicado quinta-feira, 23 de setembro de 2004 as 10:12, por: CdB

O Comitê de Política Monetária (Copom) irá perseguir uma inflação de 5,1% em 2005, acima do centro da meta de 4,5%, para acomodar a inércia herdada deste ano.

– A inércia atinge tanto os preços administrados, por força de cláusulas contratuais de reajuste de tarifa, quanto os preços livres, cuja formação responde em parte às expectativas de inflação futura, mas também à inflação observada no passado – apontou nesta quinta-feira a ata da reunião de setembro, quando o Banco Central elevou os juros em 0,25%, para 16,25%.

Pelas estimativas do Copom, a inércia teria impacto de 0,9% sobre o IPCA de 2005 se não houvesse reação da política monetária. Com o aperto monetário, no entanto, o impacto será de 0,6%.

O BC destacou que não se trata de uma mudança no centro da meta de 2005, mas o uso do intervalo de tolerância previsto no sistema, acrescentando que as condições atuais não recomendam metas ajustadas.

– O Copom entende que a flexibilidade inerente ao regime de metas para inflação permite que a inércia inflacionária não seja integralmente combatida em um só ano – completou.

Pelo cenário deste momento, o colegiado do BC considera que o ajuste dos juros será moderado e implementado de forma gradual, “diferentemente do tratamento de choque recomendável em episódios de crise como os vividos pelo Brasil em anos anteriores”.

O BC acrescentou que os preços internacionais do petróleo continuam sendo fonte de preocupação e que o risco inflacionário associado a esse movimento se estende além do preço doméstico da gasolina, já que pode ter impacto sobre outros produtos cujas cadeias produtivas sejam mais intensivas em petróleo.

O BC manteve sua projeção para o reajuste nos preços da gasolina em 2004 em 9,5%, mas elevou a de administrados e monitorados em 0,2%, para 8,5%. O prognóstico para as tarifas de energia elétrica em 2004 caiu de 11,6% em agosto para 11,5%, enquanto o de telefone fixo subiu de 12,8% para 13,9%.

A projeção de reajuste de administrados e monitorados em 2005 foi elevada em 0,6%, para 6,9%.