Os bancários das agências do Unibanco, Bradesco e Real do Centro do Rio de Janeiro aderiram a greve nacional nesta quarta-feira, mas apenas parcial, até ao meio dia. Este tipo de paralisação pontual em determinados bairros vem ocorrendo nos últimos dias.
Em São Paulo, cerca de 8 mil bancários fizeram protesto e paralisaram as atividades em ao menos 28 agências e prédios administrativos no centro da cidade de São Paulo, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Eles planejam impedir o funcionamento dessas agências nesta quarta-feira.
Os bancários protestam contra a proposta apresentada pelos bancos que ainda não prevê pagamento de reajuste salarial nem abono neste ano.
Na última terça-feira, após reunião realizada com banqueiros, o Comando Nacional dos Bancários decidiu realizar uma greve nacional de 24 horas no dia 26 caso a proposta não seja melhorada.
Os bancários reivindicam aumento real de 7,05%, além da reposição da inflação e participação maior nos lucros e resultados –de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500.
No ano passado, quando houve greve de seis dias, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR (participação nos lucros e resultados) mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.
Enquanto os bancários não aceitam receber menos que em 2005, pela primeira vez nos últimos anos a contraproposta dos banqueiros ainda não contempla reajuste nem abono. A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) só admite até o momento pagar PLR.
Procurada, a Fenaban informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os bancos estão construindo uma proposta para apresentar aos bancários e que “estranha” a posição da categoria de deflagrar greve. A federação também informou que renovou as cláusulas do último acordo coletivo até que seja fechado um novo acordo.
As negociações de reajuste começaram em 10 de agosto e envolveram cinco rodadas de conversação, sendo a última realizada nesta terça-feira. Bancários e banqueiros informaram que até o momento não há uma próxima reunião já marcada.