Azeredo deve depor, apesar de esforços do PSDB

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado segunda-feira, 24 de outubro de 2005 as 12:47, por: CdB

Está cada vez mais difícil manter o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) longe dos holofotes que iluminam as CPI na Câmara, apesar das várias reuniões entre integrantes do tucanato e do PT, que visam “blindar” o político mineiro e, com isso, evitar um prolongamento ainda maior da crise com a investigação de fatos ocorridos antes de 1998. A matéria da revista Isto É deste fim de semana selou o constrangimento que seria não convocar Azeredo para prestar depoimento. Ele precisa explicar o seu envolvimento com o cheque de R$ 700 mil, pagos ao seu tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão, por Marcos Valério em 2002.

O fato de que a campanha de reeleição de Azeredo contou com o apoio de recursos do caixa dois de Valério, em valores calculados acima de R$ 10 milhões, e que para justificar essa quantia a agência SMP&B e demais empresas do “valérioduto” realizaram operação de empréstimo semelhante àquela que valeu a expulsão do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, neste sábado, pesaram na decisão do relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de convocar Azeredo a depor ainda esta semana.

Para que a intenção de Serraglio transforme-se em realidade, é necessário um acordo com a direção da CPMI, fato que o senador Artur Virgílio (PSDB-AM) pretende dificultar ao máximo. Ele declarou, nesta segunda-feira, sua intenção de argumentar que Azeredo não era senador em 1998 e, de fato, perdeu a eleição naquela mesma data.

– Investigá-lo, agora, iria remeter as CPIs a um esforço de apuração para fatos ocorridos antes de 98, o que significaria um tempo ainda maior para a conclusão dos trabalhos – disse Virgílio a jornalistas que cobrem o dia a dia do Congresso.