A decisão da rainha Elizabeth II de não comparecer ao casamento de seu filho e herdeiro é algo humilhante para o príncipe Charles e para a noiva dele, Camilla Parker Bowles, disseram nesta quarta-feira especialistas em assuntos da realeza.
Os planos de casamento dos dois, ambos divorciados, já ameaçavam transformar-se em algo risível depois de a cerimônia ter sido transferida do castelo de Windsor para um cartório público comum e em meio a dúvidas de juristas, até mesmo, sobre a legalidade do casamento civil. Mas o surpreendente anúncio feito pela rainha nesta terça-feira à noite de que não compareceria à cerimônia no cartório veio adicionar ainda mais lenha à fogueira.
O Palácio de Buckingham ressaltou que a decisão da monarca não significava um gesto de desprezo e que ela tentava apenas respeitar o desejo do casal de realizar uma cerimônia discreta.
A rainha, que nunca deu sinais de aprovar a relação de Charles com Camilla, comparecerá à igreja onde os dois receberão uma bênção, depois do casamento no civil, e está pagando as despesas envolvidas no evento.
Mas para a Casa de Windsor, manchada por escândalos, divórcios e tragédias, o anúncio foi interpretado como mais um golpe contra sua imagem, no momento em que a família real de 1.000 anos tenta se adaptar ao século 21.
– Isso é humilhante e embaraçoso para Charles – disse Judy Wade, uma autora de livros sobre a realeza.
Além de tudo isso, o enlace matrimonial tem se mostrado uma dor de cabeça jurídica para o filho da rainha, que teme a possibilidade de a opinião pública nunca aceitar completamente a mulher acusada de ter arruinado o casamento dele com a princesa Diana. Juristas vêm argumentando que membros da família real não têm permissão de se casar em uma cerimônia civil na Inglaterra.