Em ato público, Bolsonaro e Ramagem fazem de conta que está tudo bem

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Publicado quinta-feira, 18 de julho de 2024 as 19:41, por: CdB

Declarado inelegível até 2020, Jair Bolsonaro (PL) não pode ser candidato a presidente em 2026, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.

Por Redação – do Rio de Janeiro

O deputado federal Alexandre Ramagem, pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PL, participou de ato na capital fluminense nesta quinta-feira de um ato público, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Há apenas alguns dias, Ramagem teve divulgada uma gravação de sua autoria da reunião que participou com o então mandatário neofascista e duas advogadas de seu filho ’01’, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Um dos pontos do interrogatório foi a conversa gravada por Ramagem com as advogadas do senador Flávio Bolsonaro

O evento aconteceu um dia depois de Ramagem depor na sede da Polícia Federal (PF), no Centro da Cidade, no âmbito da investigação que apura uma suposta estrutura de monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no período em que era ex-diretor da agência, ainda na gestão Bolsonaro. Segundo as investigações, agentes espionaram desafetos políticos, magistrados e jornalistas.

 

Mentiras

Nos discursos desta quinta-feira, o voto em Ramagem foi mencionado como escala para as eleições presidenciais em 2026. Repetiu-se a frase de que “2024 é 2026”. Para impulsionar a figura do pré-candidato, a cúpula do PL tenta aproximar sua imagem à do ex-presidente.

— Quando se fala em 2026 temos que passar por 2024. Todo aquele que está ao meu lado sofre perseguições por ombrear-se comigo — disse Bolsonaro aos seus seguidores.

Declarado inelegível até 2020, Bolsonaro não pode ser candidato a presidente em 2026, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.

Bolsonaro também é alvo de outros inquéritos, que apuram os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de Direito, incluindo os ataques de 8 de janeiro de 2023; além do caso da venda das joias e da carteira de vacinação, nos quais já foi indiciado pela PF.

 

Prisão

As investigações estão, em parte, no âmbito do inquérito das milícias digitais relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, instaurado em 2021. Prestes a ser concluído, o ex-presidente será julgado e, uma vez condenado, poderá cumprir pena restritiva de liberdade.

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, por exemplo, Bolsonaro poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por outros 30 anos.

Em seu discurso, ao lado do ex-superior, Ramagem criticou a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD), pré-candidato à reeleição, e ignorou a investigação sobre o uso ilegal da Abin e a presença na PF.

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