Ataques provocam fuga em massa do Líbano

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Publicado sexta-feira, 21 de julho de 2006 as 10:33, por: CdB

Helicópteros dos Estados Unidos retiraram de Beirute, nesta sexta-feira ,norte-americanos assustados, aumentando a onda de estrangeiros em fuga para Chipre, país que deve dividir em breve o fardo humanitário com uma outra nação.

Guardas armados vigiavam do teto de construções do conjunto da Embaixada dos EUA, enquanto os refugiados entravam em helicópteros que os levaria para navios de guerra ancorados perto da costa.

Em uma praia próxima, pessoas carregando malas sobre a cabeça e bebês nos braços faziam fila para se cadastrarem antes de entrar em uma embarcação que os levaria até os navios. Muitos manifestaram preocupação com aqueles que deixavam para trás.

– Meus pais vão ficar. Eles acham que isso vai durar de três a seis semanas, mas acho que a coisa vai piorar – afirmou George Abi-Habib, de 25 anos.

– Já retiramos mais de 4 mil norte-americanos. Nesta sexta, esperamos levar, no total, ao menos 4 mil – disse o brigadeiro general Carl Jensen, encarregado da operação na praia.

Chipre avisou que pode não ser capaz de lidar com o número crescente de pessoas que chega a seu território no pico da temporada de verão. Segundo Jensen, um outro país da região pode oferecer ajuda.

– Um outro país da região deve ajudar. Saberemos hoje ou amanhã a respeito disso -afirmou, sem dar maiores detalhes. Autoridades norte-americanas disseram que o candidato mais provável era a Turquia.

Na quinta-feira, cerca de mil norte-americanos, visivelmente aliviados por terem escapado dos bombardeios incessantes, desembarcaram no porto de Larnaca, saindo do USS Nashville depois de terem sido resgatados por fuzileiros navais. Outros mil chegaram ao porto de Limassol em um cruzeiro fretado pelo governo norte-americano.

– Eles (os israelenses) estão atacando os civis. Eles se consideram civilizados, mas são uns bárbaros. Não quero que meu filho cresça dessa forma – afirmou Habib Kheil, professor de matemática em Michigan.

– Chegamos dois dias antes de isso (os bombardeios) começar. As crianças ficaram tão assustadas. Elas se abraçaram e ficaram na parte mais baixa da casa – contou, irrompendo em lágrimas e abraçando Abdul, seu filho de 8 anos.

Fardo Pesado

O ministro cipriota das Relações Exteriores, Georgios Lillikas, disse que o país, com uma população de quase 1 milhão de pessoas, enfrentava dificuldades para lidar com a crise, ocorrida no pico de sua temporada turística.

Lillikas pediu ajuda à União Européia (UE), bloco do qual Chipre faz parte. “Chipre é o único país da UE que está oferecendo suas instalações dessa forma. Devido a nosso tamanho reduzido, não temos condições de responder a um grande número de civis vindo de outros países”, afirmou à rádio pública.

O excesso de estrangeiros pode obrigar Chipre a limitar sua ajuda aos cidadãos da UE, disse o chanceler. O país preparava-se para receber 20 mil canadenses, entre muitos outros.

As autoridades afirmaram prever a chegada de uma média de 4 mil pessoas por dia ao território cipriota, aumentando a pressão sobre os esforços de ajuda de Chipre.

Navios de Itália, Grã-Bretanha, Grécia e Índia também chegaram ao país durante a noite, com pessoas de várias nacionalidades a bordo.

Uma embarcação cipriota alugada pela Organização das Nações Unidas (ONU) levou mil passageiros a Larnaca. Muitos pareciam abalados devido às dificuldades dos últimos dias.

– Houve bombardeios em Beirute no momento em que estávamos atracados lá. Os que saíam de lá estavam muito angustiados – afirmou Simon Butt, autoridade da área de segurança da ONU.

Alguns passageiros descreveram cenas de caos em Beirute ao embarcarem nos barcos que os esperavam.

– A situação era de caos puro. Eles deveriam deixar embarcar primeiro as mulheres e as crianças, deveria ter havido algum tipo de organização. Mas foi uma correria total – afirmou Rolla Weed, de 31