Assassinos de Jean Charles voltam ao trabalho

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Publicado sexta-feira, 28 de julho de 2006 as 09:47, por: CdB

Dois policiais envolvidos na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes – que os agentes britânicos confundiram em 22 de julho do ano passado com um terrorista suicida – voltarão em breve a seus postos de trabalho, informou, nesta sexta-feira, a Scotland Yard.

Os policiais, cujas identidades não foram divulgadas, pertencem à unidade de armas especializada CO19, da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) e estavam suspensos preventivamente do emprego.

Jean Charles, eletricista mineiro de 27 anos, morreu em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell, sul de Londres, quando os agentes dispararam contra sua cabeça ao confundi-lo com um terrorista.

Em comunicado divulgado, nesta sexta, a Scotland Yard assinalou que tomou a decisão depois que a Promotoria britânica resolveu não apresentar acusações contra nenhum agente pela execução do brasileiro.

No último dia 17, a Promotoria decidiu, por outro lado, processar a Polícia de Londres em virtude da chamada Lei de Saúde e Segurança no Trabalho, de 1974, por não assegurar “a saúde, a segurança e o bem-estar” de Jean Charles em 22 de julho do ano passado.

A decisão desta sexta foi duramente criticada pelo porta-voz da campanha Justiça para Jean (Justice-4-Jean), Assad Rehman, que a qualificou de “prematura”. Rehman disse à imprensa que os parentes do jovem brasileiro estão comovidos e muito decepcionados.

Jean Charles morreu um dia depois dos fracassados ataques contra a rede de transportes de Londres, nos quais não houve vítimas porque só explodiram os detonadores e não as bombas.

Na manhã de 22 de julho de 2005, Jean Charles saiu de um edifício vigiado no bairro de Tulse Hill, sul de Londres, pegou um ônibus até a estação de Stockwell, onde o jovem, que ia para o trabalho, foi baleado pela Polícia.