A Prefeitura da cidade de Rosário, na província argentina de Santa Fé, aprovou uma norma que permite aos portadores de armas trocá-las por alimentos, medicamentos e até empregos temporários.
Os habitantes de Rosário também poderão entregar suas armas e receber em troca bolsas de estudos, entradas de teatro, de transporte ou de espetáculos e materiais de construção, entre outras possibilidades.
A disposição tem por objetivo que a população se livre de todas as armas e que em troca recebam benefícios que “permitam melhorar sua qualidade de vida”, informa o jornal portenho Clarín.
O projeto apresentado pelo vereador radical Jorge Boasso, “Desarmamento voluntário pela paz urbana”, prevê que, para que a troca seja efetiva, se faça de forma anônima.
Contudo, o plano necessita um fundo especial para conseguir os recursos que sirvam para a troca.
Boasso disse que “armando-se não se vence a segurança”, e o que se deve conseguir “é a proteção dos cidadãos e definitivamente da comunidade”.
O objetivo final do plano é diminuir a quantidade de armas ilegais que circula entre a população civil que, ante a onda de roubos e violência que sacode todo o país, decidiu defender-se por sua conta.
Na província de Santa Fé, 478 quilômetros ao norte de Buenos Aires, onde se toca o projeto, mais de 5 mil pessoas continuam sem poder voltar a seus lares devido aos efeitos da inundação que atingiu a região no mês passado.
Na província de Mendoza, 1050 quilômetros ao oeste de Buenos Aires, sobre a Cordilheira dos Andes no limite com o Chile, há três anos os habitantes recebem, em troca de suas armas, bônus de comida.
A profunda crise econômica que, segundo dados oficiais, deixaram quase 60% da população abaixo da linha de pobreza e a outro 20% desempregado, levou a que a Argentina viva uma crescente onda de delinqüência e insegurança.