Amigos e parentes das vítimas do incêndio na casa noturna República de Cromagnon foram às ruas de Buenos Aires no final da noite desta domingo em passeata até a Praça de Maio, para pedir a renúncia do prefeito Aníbal Ibarra.
No Palácio do Governo, cerca de 2.500 manifestantes promoveram um “panelaço” enquanto seguravam cartazes com slogans contra Ibarra, a quem responsabilizam pela tragédia, que matou 182 pessoas e feriu mais de 700.
– Ele é um dos responsáveis por não ter havido uma avaliação sobre as condições da discoteca de realizar um concerto para uma multidão – disse Graciela Peloso, mãe de um dos jovens mortos.
O advogado José Iglesias, que também teve um filho falecido no incêndio, disse que nessa segunda-feira entrará com um processo contra Ibarra e o presidente Nestor Kirchner. Estão previstas passeatas diárias reivindicando justiça.
Após ordenar o fechamento de todas as casas noturnas de Buenos Aires durante 15 dias, Ibarra afirmou que nenhuma delas poderá reabrir suas portas sem antes passar por uma nova fiscalização. Serão criados ainda dois programas de assistência às famílias das vítimas fatais e aos sobreviventes da tragédia. Todos os donos de discotecas deverão apresentar planos de evacuação e adotar um seguro obrigatório de responsabilidade civil.
O Secretário de Segurança de Buenos Aires, Juan Carlos López, renunciou afirmando que era evidente que não havia atingido seus objetivos como responsável por habilitar e controlar os estabelecimentos comerciais da cidade.
