O presidente palestino, Yasser Arafat, agradeceu nesta terça-feira o apoio oferecido por diversos países da comunidade internacional à posição palestina em relação à construção do muro israelense na Cisjordânia. Depois de se reunir com o assessor especial do secretário-geral das Nações Unidas para os Esportes a serviço do desenvolvimento e da paz, o suíço Adolf Ogi, Arafat expressou seu agradecimento aos países que apoiaram o povo palestino no Tribunal Internacional de Justiça de Haia.
Esse órgão iniciou na última segunda-feira as deliberações sobre a legalidade do muro que o governo israelense está construindo em terras da Cisjordânia.
– Agradecemos a todas nossos irmãos e amigos de todo o mundo, dos países africanos, árabes e latino-americanos que nos apóiam por meio de seus líderes e povos – disse Arafat à imprensa, depois de afirmar que tem plena confiança de que a corte tomará a decisão correta.
O líder palestino pediu ao Quarteto de Madri (EUA, UE, ONU e Rússia), e especialmente ao governo americano, que pressione Israel, a fim de “salvar a paz dos corajosos”, em alusão ao acordo de paz assinado em Oslo em 1993. Arafat pediu à comunidade internacional que pressione a parte israelense a cumprir com rigor o “Mapa de Caminho”, a iniciativa de paz elaborada pelo Quarteto e que estabelece a criação de um Estado palestino em 2005.
O representante palestino na ONU, Nasser Al-Kidua, expressou seu otimismo sobre o processo desenvolvido em Haia e afirmou que “os palestinos triunfaram desde o momento em que o tribunal rejeitou a posição política de Israel, tanto nos meios de comunicação como na opinião pública”. A afirmação foi feita ao jornal de Ramala “Al-Ayam”, no qual acrescenta que “as alegações por escrito apresentados por Palestina, Argélia, Arábia Saudita e África do Sul revelaram as violações flagrantes por parte de Israel do direito internacional, com a construção do muro de separação”.
O ministro do Trabalho da ANP, Gassan Khatib, disse que existe um movimento de solidariedade internacional com os palestinos e um apoio para que conquistem seus direitos no TIJ.
– Este muro impôs mudanças na geografia dos territórios palestinos que vão contra o direito internacional e obstruem qualquer solução definitiva, além de confiscar terras palestinas e acentuar o sofrimento da população – declarou o ministro.