Após três deflações seguidas, preços indicam volta da inflação

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Publicado quarta-feira, 12 de outubro de 2022 as 16:35, por: CdB

O resultado de setembro praticamente se concentra nos combustíveis, que tiveram queda média de 8,50%. Apenas a gasolina (-8,33%) teve impacto negativo de 0,42 ponto percentual na inflação do mês – ou seja, mais do que o índice total. Além disso, caíram os preços do etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%, mas com alta de 45,19% em 12 meses) e gás veicular (-0,23%).

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou a terceira deflação seguida em setembro (-0,29%), na menor variação para o mês na série histórica, segundo relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados divulgados na manhã desta terça-feira, agora o indicador oficial de inflação no país soma 4,09% no ano e 7,17% em 12 meses, ainda acima do teto previsto pelo Banco Central (BC).

inflação
O beneficiamento de produtos alimentares teve uma inflação ampliada em 2022

A deflação deste mês foi menos intensa, indicando possível alta já no mês que vem. O que coincidiria com o fim da súbita “política de preços da Petrobras” e com o término do processo eleitoral. No último sábado, a refinaria de Mataripe (BA), privatizada, aumentou preços de gasolina e diesel.

O resultado de setembro praticamente se concentra nos combustíveis, que tiveram queda média de 8,50%. Apenas a gasolina (-8,33%) teve impacto negativo de 0,42 ponto percentual na inflação do mês – ou seja, mais do que o índice total. Além disso, caíram os preços do etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%, mas com alta de 45,19% em 12 meses) e gás veicular (-0,23%). Ainda no grupo Transportes (-1,98% no mês), o IBGE apurou reduções de 0,08% em motocicletas, 0,15% em automóveis novos e 0,38% nos usados.

Alimentação

Ainda nesse grupo, o item ônibus urbano teve queda de -0,34%, com redução de passagens aos domingos em Salvador. Já as passagens aéreas aumentaram 8,22%, com impacto de 0,05 ponto no índice geral, e atingem 47,69% em 12 meses. O transporte por aplicativo também teve alta em setembro, de 6,14%, em média.

No grupo de maior peso, Alimentação e Bebidas, o instituto registrou queda de 0,51%, após alta de 0,24% no mês anterior. A alimentação no domicílio caiu 0,86%, com diminuição os preços de itens como leite longa vida (-13,71%, -0,15 ponto). Mesmo assim, o produto ainda acumula alta de 36,93% em 12 meses.

A alimentação fora do domicílio, por sua vez, aumentou menos: 0,47%. O preço médio da refeição subiu 0,34% e o do lanche, 0,74%.

Vestuário

No grupo Comunicação (-2,08%), o IBGE cita os itens acesso à internet  (-10,55%) e telefonia, internet e TV por assinatura (-2,70%). Somados, representaram -0,09 ponto de deflação na taxa mensal. Artigos de Residência também teve variação negativa (-0,13%), com impacto da queda dos preços de televisores (-2,66%), entre outros.

A maior variação do mês passado foi do grupo Vestuário: 1,77%. Segundo o instituto, subiram os preços de roupas femininas (2,03%, 0,03 ponto), roupas masculinas (1,82%) e infantis (1,92%); além de calçados e acessórios (1,70%). Já no grupo Despesas Pessoais (0,95%), as altas atingiram serviços bancários (1,56%), hospedagem (2,88%) e pacote turístico (2,30%).

Esses dois últimos itens concentram altas de 24,07% e 19,78%, respectivamente, em 12 meses. Em Habitação (0,60%), subiu o custo com energia elétrica residencial (0,78%), as taxas de água e esgoto (0,27%) e o gás encanado (0,11%). O gás de botijão soma 15,02% em 12 meses.

Construção civil

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), por sua vez, registrou inflação de 0,44% em setembro. A taxa foi inferior à observada em agosto, de 0,58%, e é a menor desde julho de 2020, segundo dados divulgados nesta manhã, pelo IBGE.

No ano, o Sinapi tem inflação acumulada de 10,22%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de preços de 13,11%, abaixo dos 13,61% acumulados até agosto. O custo nacional da construção, por metro quadrado, passou a ser de R$ 1.669,19 em setembro.

A parcela dos materiais subiu 0,53% e passou a custar R$ 999,96 por metro quadrado. Já a mão de obra subiu 0,31% e passou a ter um custo por metro quadrado de R$ 669,23.

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