O ator premiado com o Oscar Anthony Hopkins, que já foi Hitler, o canibal Hannibal Lecter e um capitão de navio cruel e implacável no cinema, disse que foi um enorme prazer assumir um personagem mais leve em seu trabalho mais recente, a história de um cidadão de terceira idade louco por velocidade que acaba se transformando em lenda das corridas de motocicleta.
<i>The world’s fastest indian</i> traz Hopkins no papel do herói popular neozelandês Burt Munro, que, quando estava na casa dos 60 anos, começou a quebrar recordes mundiais com sua moto Indian de 1920.
O filme foi aplaudido em pé no Festival Internacional de Cinema de Toronto na noite do sábado, quando foi exibido pela primeira vez fora de seu país de origem, a Nova Zelândia.
<i>Fastest indian</i> conta a história da viagem de Munro de sua cidade natal até as famosas planícies de Bonneville, no Utah, onde sua capacidade de estabelecer recordes de velocidade surpreendeu a todos, menos a ele mesmo.
Anthony Hopkins contou que adorou a oportunidade de representar o personagem um tanto quanto excêntrico, em parte porque compartilha a filosofia de Munro, segundo a qual “se você não viver seus sonhos, vai acabar vivendo a vida de um legume.”
– Acredito nisso – disse Hopkins.
– Sempre acreditei. Se você não representar sua vida com energia, não encarar a felicidade e aceitar os desafios, poderia igualmente bem estar morto. Aposte em seus sonhos.
O ator nascido em Gales disse que também gostou de trabalhar novamente com o australiano Roger Donaldson, que o dirigiu há mais de 20 anos em <i>Rebelião em alto mar</i> (também conhecido como <i>O grande motim</i>).
Ironicamente, os dois brigaram seriamente nesse filme. Hoje, porém, Hopkins o considera um dos melhores diretores com quem já trabalho.
Donaldson comentou, rindo: “Tivemos um contato tempestuoso. Ficamos com vontade de matar um ao outro. Foi realmente maravilhoso para mim, pessoalmente, perceber que, partindo disso, as coisas poderiam mudar”.
O filme marca o fim de uma odisséia de 30 anos para Donaldson, que teve a idéia de fazer <i>The world’s fastest indian</i> depois de criar um documentário sobre Munro, em 1971, intitulado <i>Offerings to the God of speed</i>.
Em seguida ele dirigiu Kevin Costner em <i>Sem saída</i>, Tom Cruise em <i>Cocktail</i> e Al Pacino em <i>O novato</i>. Mas, com o passar dos anos, ele, como Munro, nunca deixou de ir atrás de seu sonho.